Editorial

Florianópolis, 1º de fevereiro de 2015.

A Presidenta Dilma pediu aos seus ministros que defendam suas propostas frente aos ataques da grande imprensa. Que “travem a batalha da comunicação” é a ordem. Como e com que instrumentos?  Como desfazer a conciliação com as Capitanias da Palavra e fechar as torneiras milionárias de publicidade governamental?

Em julho de 2010, Dilma almoçou com Dona Lily Marinho, na mansão do falecido magnata Roberto. A Dona Lily afirmou na ocasião: “Dilma tem coragem de fazer política”. Encheu-a de afagos. A monarca conhecia o alcance e efeito dos sinais. Partilharam o ágape, dentre outras, a mulher de Eike Batista, Jandira Feghali do PCdoB, e Alcione, que cantou, sugestivamente: As Rosas não Falam. Dona Lily arriscou referir-se a Dilma como Senhora D., mulher bonita e elegante. Um almoço cheio de símbolos, uma conciliação de classe e uma tentativa, tipicamente lulista, de agradar os arautos do inimigo. Um exercício socialite que pagamos caro.

Agora a ‘rosa fala’ tarde. Lula conseguiu criar uma empresa de comunicação pública, mas está às traças. Não se investe na EBC para que seja forte. Há medo político. A Senhora D. é uma técnica. Não tem talento de estadista, e menos de revolucionária, para sequer levantar o “controle remoto” da mudança da comunicação e enfrentar essa máfia de oligopólios da comunicação que seguem capitaneando no grito.

Não se pretende que a Presidenta Dilma emule Cristina Fernández, que pague o preço de Nicolás Maduro, que se enfrente como Correa, que os mande a pastar como Evo. Nada disso, mas que pelo menos invista na Comunicação Pública.

Se Dilma quiser mudar o cenário da comunicação precisará dos trabalhadores, dos intelectuais, dos artistas, dos jornalistas, dos estudantes e, sobre tudo, dos movimentos sociais que ainda tenham poder de convocatória e enxerguem a necessidade de limpar o Brasil da Capitania maldita da Palavra, com uma democrática Lei de Meios que derrote a histórica Lei de Medos.

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