#Editorial Queremos uma Frente de Esquerda. Os dirigentes também?

Leitores e leitoras do Portal Desacato e audiência do JTT Agora, bom dia.

Na eleição municipal de Florianópolis em 2016 que elegeu o Gean Loureiro, à época pelo PMDB, este disputou o segundo turno com a ex-prefeita Angela Amin do PP e levou. O PSOL fez chapa com o PV e Elson Pereira alcançou um 20% dos votos. O PSB com Murilo Flores e sem coligação carregou 9,19% dos votos. O PCdoB e o PT, que agora disputam na interna da Frente o cargo de vice de Elson Pereira, juntos tiveram 4,26% dos eleitores.

Já na eleição nacional de 2018 a vitória de Jair Bolsonaro, naquele momento pelo PSL, foi acachapante com 53,37% dos votos. Atrás apareceu o candidato do PDT Ciro Gomes, com 16,24% dos votos. Fernando Haddad do PT reuniu 13,29% dos votos e Guilherme Boulos do PSOL 1,83%. A REDE com Marina Silva apenas conseguiu 1,71% dos eleitores.

Quando o leitor e a leitora reúnem os votos das duas eleições mais recentes observam que a matemática não serve de muita coisa para a decisão que a Frente de Esquerda de Florianópolis começa a tomar esta semana. Claro que cada sigla avalia esses dados de acordo, não ao resultado objetivo daqueles pleitos, mas, em concordância com suas necessidades atuais. O primeiro problema que se apresenta é a que a capilaridade local da direita e, especialmente, da ultradireita, não decaiu, apesar de mais de um ano do desastroso, inumano governo de Jair Bolsonaro. Presidente que, ele próprio, é o resultado do golpe que a democracia sofreu em 2016 e das mentiras disparadas diuturnamente pelas organizações que o apoiam.

Portanto, o valor dos coeficientes eleitorais para a tomada das decisões da Frente não pode ser o dado principal de avaliação. Bolsonaro buscará uma vitória em Florianópolis, ou ao menos, a construção forte do seu espaço de cara a 2020. Um racha previsível da Frente de Esquerdas, como indica a impossibilidade de resolver os primeiros impasses que se apresentam, determinará uma derrota eleitoral no primeiro turno e a entrega do segundo às forças de direita e reacionárias da cidade, para juntas dirimirem quem será o novo titular do executivo municipal.

O cenário é perturbador. Há possibilidade de não chegar ao segundo turno estará posta na mesa se, nas próximas horas, antes das convenções partidárias, a esquerda não se acerta. E o mais provável é que não se acerte. Pairam sobre ela lógicas políticas prenhes de interesses que reduzem as conversas a cenários que apequenam a política. Não há especialmente partidos culpados se isso acontecer. Há lideranças que sim precisam do julgamento da história por condutas que arrastam ao longo do tempo. A história não deveria absolvê-los. Talvez um dia aconteça isso e os partidos tenham uma salutar renovação para bem da classe trabalhadora e os excluídos de Florianópolis.

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