#Editorial Escrevendo no ar ou gritando no deserto, construindo redes de comunicação

Leitores e leitoras do Portal Desacato e audiência do JTT Agora, bom dia.

Esses tempos amargos que passa a Pátria Grande com a mentira como forma de dominação, de isolamento cultural, de destruição planejada das identidades que nos fazem irmãos e irmãs, foram vendidos pela mídia das elites como paraísos de civilização e modernidade. As medidas de austeridade foram declamadas pela grande mídia como panaceia que sanaria todo o mal que o capitalismo já nos fez. Os meios de comunicação, tarifados ao interesse dos seus clientes, privados e estatais, surrupiaram de nós o direito de viver em paz.

A urgente necessidade de torcer essa narrativa feroz nos obriga a pensar muito além das fronteiras, aderir às tentativas, às vezes certas e alvissareiras, às vezes trôpegas e desandadas apenas depois de começar. Porque há que se juntar e criar esperanças, fortemente unidos. Como disse Simón Rodríguez: “ou inventamos ou erramos”. E estamos na hora de inventar formas que ultrapassem o limite imposto pelas fronteiras dos invasores, essas que nos colocaram em quarentena histórica, isolados e em disputa entre irmãos. Urge tender redes, tramar tecidos de diálogo permanente, descobrindo na língua do outro e da outra, nossa própria mensagem de resistência.

As elites vende-pátria seguem imutáveis desde que nos isolaram: violentas e ordinárias. São seus meios de comunicação que produzem um perfume enganador que nos nauseia até mais profunda intimidade, tentando amenizar os crimes do capital. Nos oferecem novos espelhinhos de cores, supérfluos e genocidas, com uma nova cara fantasiada de tecnologia, tênis, cremes e bebidas energéticas, academias de ginástica e glamoures bregas e individualistas. Os meios de comunicação a serviço do lucro nos transformaram no mais desesperado e grotesco habitante do planeta.

Para contrarrestar as razões de morte das elites e seus veículos associados ao mercantilismo e à desagregação pessoal, coletiva e internacionalista, é necessário buscar as nossas razões, que vêm do mais fundo da nossa identidade de Pátria Grande, latino-americana e caribenha, e com elas criar instâncias de informação, debate e resgate das narrativas regionais, capazes de resistir de forma criativa à mentira uniforme. Por isso, cada vez que surge uma nova ferramenta para divulgar as formas de luta e emancipação, saudamos e abraçamos com carinho esse nascimento.

Desacato.info e a Cooperativa Comunicacional Sul, saúdam afetuosa e comprometidamente o nascimento do novo blog da Pastoral da Juventude do Meio Popular e da Pastoral da Juventude Rural, e desejam ser humildes irmãos desta nova proposta. Estamos na mesma trilha há 13 anos, e seguiremos caminhando de mãos dadas com os protagonistas da Outra Comunicação e da Outra Cultura. Se for preciso, escrevendo no ar e gritando nos desertos.

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