Editorial

21 de janeiro de 2014.

Ano eleitoral. Será necessário prestar atenção para o comportamento do Partido da Imprensa-PI. Sem superestimar a influência que o PI tem na decisão do votante, não se pode desconsiderar o interesse dos monopólios da desinformação de continuar desvirtuando os conceitos de democracia, ideologia e programa. Dos anos 80 do século passado até aqui o PI vem se consolidando como uma força relevante para manter o status quo que favorece os ricos e as multinacionais. Partidos políticos e candidatos têm ajudado a dissolver a política, revelando a cada eleição mais preocupação pelo desempenho ante câmeras e microfones e menos diante de propostas programáticas de fôlego.

A ausência progressiva de debates públicos com conteúdo e a simplificação do sentido da política encontraram receptividade num público escasso de tempo e interesse. A própria mídia monopólica lhe inculcou a política como irrelevante e corrupta. No entanto, não é possível dizer, afortunadamente, que esse PI foi vitorioso na América Latina e Caribe, como ainda o é na Europa e nos Estados Unidos. Mesmo com as vantagens gigantes que poucos governos ousaram tirar dos monopólios, demonstrando seu pânico em ofender os magnatas da comunicação, esse Povo cansado e de parca educação tem lhe dado as costas escolhendo partidos do campo progressista em vários países.

No Brasil nos deparamos com um governo medroso se comparado com Argentina e Venezuela e suas leis de meios, ou mesmo com o Equador. O cidadão brasileiro está mais desprotegido perante o PI. Em tempos do espetáculo e diversão barata em absolutamente tudo, os governos Lula e Dilma não assustaram empresários da comunicação, seus clientes multinacionais e os pressupostos coloniais das elites dominantes.

Nesse ambiente, a maioria dos candidatos progressistas estará mais preocupada por se dar bem na tevê que por oferecer soluções programáticas urgentes ao eleitor. Cenário esquizofrênico, não obstante possível e indesejável.

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