Editorial

Florianópolis, 7 de junho de 2015.

“É incrível a contradição de algumas pessoas e movimentos que possuem um discurso contra a mídia oficial ou tradicional, mas adoram ser noticiados por ela. Não bastasse isso, não leem, valoram ou dão prioridade a veículos alternativos, que apoiam as suas lutas diárias e estão dispostos a escutá-los.” Fernanda Pessoa – jornalista do Portal Desacato.

A frase da colega cooperada reflete o desencanto que sentimos, como veículo direcionado à Classe Trabalhadora e os Movimentos Sociais, ao ser, em ocasiões, relegados pelo interesse dos dirigentes, que na compreensível busca de uma audiência aparentemente garantida, são mais sensíveis às demandas da mídia monopólica.

No entanto, antes de nos sentirmos rejeitados, o que precisamos é analisar e, com paciência, superar esta situação que tem atingido os veículos chamados de alternativos através da história.

Trata-se de um fenômeno cultural que, dramaticamente, podemos sintetizar assim: A nossa cultura é também, maciçamente, organizada pela penetração da Globo. Passarão muitos anos antes que os dirigentes progressistas compreendam o que significa colocar a mensagem em mãos e bocas inimigas. Outros fatores subjetivos, autoafirmação e a necessidade daquele minuto de reconhecimento também pendem a balança em favor dos monopólios.

A mídia chamada alternativa tem sido oscilante, confusa entre os papéis profissional e militante, o que propiciou curta vida e credibilidade. O voluntarismo é o tiro no pé da mídia de contracorrente. Precisa constituir-se de forma profissional e estruturada.

A reflexão tem que ser calma e constante. Não por essas condutas deixaremos de noticiar diariamente o que consideremos importante para nossa classe laboral e social aumentando o esforço na execução da pauta. O resto virá com mais estrutura nossa, e a clareza dos dirigentes sociais sobre a necessidade revolucionária de informar para educar, educar para formar e formar para transformar, alicerçando a luta.

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