Editorial

Florianópolis, 5 de abril de 2015.

O Brasil é enormemente desigual, mas, não é obra do século XXI, sempre foi desigual. Inclusive nos últimos 10 anos essa desigualdade reduziu-se como reconhecem diversos organismos internacionais. Como ela sempre foi brutal dá a impressão de que num sistema capitalista com bom gerenciamento essa desigualdade pode ser amenizada, mas, o fato é que jamais será abolida, porque ela é fruto do capitalismo. Ela se representa não apenas nas questões de renda mínima, se estampa em todos os espaços da vida nacional.

O Congresso brasileiro, expressão dos desígnios da elite, legisla segundo a conveniência desta. Por isso, importa pouco que a Unicef indique que apenas um 1% dos homicídios registrados no país são cometidos por adolescentes de entre 16 e 17 anos. O Congresso conservador ocupa seu papel de classe e pretende atingir os menores da classe social excluída como escarmento para a classe toda.

A morte do menino Eduardo de Jesus Ferreira, de 10 anos, no Complexo do Alemão é resultado do pensamento e prática da classe dominante explicitada nas instituições de poder, que constrói apartheides militarizados onde mora a mão de obra de reserva. Segundo a mãe do menino assassinado, Teresinha, a responsabilidade da morte do seu filho é da Polícia Pacificadora. Não é de estranhar. A repressão dos pobres faz parte da visão de mundo da oligarquia feudalista.

A negação do direito à terra também produziu outro homicídio. A morte de Manoel Ramos, o Bahia, coordenador da Ocupação Vitória, em 31 de março, vem se somar a dezenas de mortes que acontecem no acirramento da Luta de Classes no Brasil que, nem governo nem oposição desejam enxergar. Uma guerra civil de baixa intensidade, mas, crescente, se deita no berço esplêndido, onde as elites desmandam à vontade.

Os ouvidos moucos das classes política e judiciária e de boa parte da intelectualidade, com relação a estes fatos, nos levará, irremediavelmente, a mais eventos desta natureza.

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.