Editorial

Florianópolis, 21 de março de 2015.

Florianópolis fará 289 anos na segunda-feira. Tem o que festejar, além da sua ainda porfiada beleza que desdenha das barbáries que são cometidas contra ela? Não, não tem o quê festejar.

Florianópolis vem sendo gerenciada por intelectos caóticos, pelos piores gestores que a oligarquia local já produziu. A Cidade vive infelicitada pelas agruras do lucro e da conveniência de um reduzido grupo de poder que expulsa os pobres, os humilha e os destina aos espaços periféricos da Ilha e do Continente.

Cara, desorganizada, sem planejamento, com problemas crônicos, chega aos seus 289 anos com um dos maiores escândalos já vividos na Câmara de Vereadores. Nada permite pressagiar que seja o último. A fascinante natureza que a compõe está submetida vexatoriamente ao despudor da especulação imobiliária, à contaminação, a imobilidade urbana, a feiura arquitetônica implantada nos últimos 20 anos, o desrespeito a sua identidade histórica; um labirinto de horrores.

Com menos de meio milhão de habitantes, sobre males típicos da capital paulista. Engarrafamentos inumanos a toda hora do dia, em todas as artérias principais. Obras sem terminar que se alastram a tornam intransitável. Florianópolis é o paraíso dos investimentos financeiros, oriundos e alienígenas. É e o inferno dos que produzem a riqueza com seu trabalho. Uma Cidade violada pelo mal gosto, o oportunismo, a centralização do poder na mãos de núcleos de interesse e uma ideia estúpida, superada e excludente de ‘progresso’.

Ainda assim, e nesse ambiente deprimente e com parcas perspectivas de mudança imediata, há pessoas e movimentos que continuam lutando, que não entregam os pontos ao maquiavelismo oligarca. Uma dessas pessoas, jornalista, será homenageada nesta segunda-feira pelo compromisso verdadeiro com a Cidade, na Câmara Municipal.

Parabéns companheira e colega de sonhos, Elaine Tavares. Junto com os movimentos sociais, você e a Cidade vencerão. Desacato.info lhe abraça!

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