Editorial

Florianópolis, 17 de janeiro de 2015.

Os estudantes e moradores de Florianópolis começaram a reagir de forma mais contundente contra o abuso das empresas unidas em oligopólio e a impunidade que a elas permite um poder público omisso e conivente. O Movimento Passe Livre não é nem acaso nem onda episódica. A Capital catarinense tem sido modelo de luta para todo o Brasil em matéria de transporte público, especialmente entre 1999 até 2005. Agora, parece retomar seu fôlego numa queda de braço metafórica entre: o “fênix popular” que se reergueu e o Fênix oligopólico que, a própria prefeitura e o legislativo municipal, alimentaram ideologicamente.

O direito de ir e vir do cidadão está consagrado na Constituição, logo, todos os debates em torno devem estar orientados por algumas percepções básicas. Havendo crianças, estudantes em idade de cursar para bem próprio e da Cidade, idosos em tempo de descansar e trabalhadores desempregados, além de trabalhadores empregados sem direitos sociais básicos, o transporte de passageiros deveria ser um serviço executado diretamente pelo Estado, não concessionável e gratuito.

A população cansou-se de especular com cifras formatadoras de preços que “explicam” as tarifas, tanto como dos engarrafamentos por excesso de transporte individual.

Florianópolis e sua Mobilidade estão submetidas ao interesse do capital, a impunidade e o desmando empresarial. Não é por culpa de algumas centenas de cobradores que sobe a tarifa, é porque o transporte de passageiros é privado e precisa acumular mais e mais lucro. Não existe conceito real de serviço no capitalismo. Não lhe é inerente a preocupação pelo usuário. O lucro crescente é a lógica que determina o ambiente das decisões.

Os estudantes e a população em geral de Florianópolis têm que consolidar a aposta: ou se conquista um Transporte Público, Universal, Gratuito e de Qualidade, ou se marchará até que a Mobilidade Social plena esteja garantida, e isso vai além do preço da passagem.

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