Documentário expõe racismo velado em expressões utilizadas no cotidiano

Por Franciele Petry Schramm.

O documentário Enegrecer, lançado em Curitiba no próximo sábado (13), é um verdadeiro trabalho de pretos e pretas. É assim que a produtora executiva do filme, Mariana Passos, traduz o trabalho. O curta foi produzido inteiramente por pessoas negras, trazendo e ressignificando diversas expressões racistas usadas em nossa sociedade.

O material é fruto de um trabalho coletivo do setor de Negras e Negros do Levante Popular da Juventude do Paraná – organização de jovens que lutam pela transformação da sociedade. Mariana Passos explica que a ideia do filme surgiu da necessidade de falar de um racismo velado na sociedade. “Ele é muito sutil. Muitas vezes você nem entende como racismo”, garante.

“Ele é muito sutil. Muitas vezes você nem entende como racismo”

“Não sou tuas negas”, “mercado negro”, “cabelo ruim” ou até “você é uma negra tão linda”, são apenas alguns exemplos de expressões que mostram esse preconceito. “Ninguém nunca diz ‘você é uma branca tão linda’, o que mostra que se parte do princípio de que a pessoa negra é feia”, explica.

Ressignificação cotidiana

Com 15 minutos de duração, o filme mostra a frequência da utilização de expressões racistas através do recortes de jornais, livros didáticos e manifestações em redes sociais. Em entrevista, cinco pessoas com diferentes histórias também contam suas experiências e ajudam a ressignificar esse tipo de expressão.

Para falar sobre a situação, a equipe do material entrevistou uma criança de sete anos, um universitário homossexual, uma historiadora, a primeira doutora transsexual da Universidade Federal do Paraná e uma estudante universitária negra de tom de pele mais claro. “Esse documentário é totalmente trabalho de preto, e está a coisa mais linda”, se orgulha Mariana.

Um pré-lançamento do filme está marcado para a sexta-feira (12), no Espaço de Arte. O lançamento oficial, em 13 de maio, também uma forma de ressignificar a data conhecida como Dia da abolição da escravatura no Brasil. “Essa é uma falsa data. Temos que lutar todos os dias para ocupar os espaços na sociedade”, explica Mariana.

Para ficar por dentro:

Quando: 13 de maio, às 17h

Onde: Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região

Rua Piquiri, 38 – Rebouças

Curitiba/PR

Quanto: Gratuito


Fonte: Brasil de Fato

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