Diretor da OMS responde pronunciamento de Bolsonaro: ‘é uma doença muito séria’

Presidente brasileiro voltou a minimizar riscos da pandemia de coronavírus e pediu fim da quarentena.

Foto: WHO

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, respondeu nesta quarta-feira (25/03) às declarações do presidente Jair Bolsonaro sobre o coronavírus e o fim da quarentena dizendo que o covid-19 “é uma doença muito séria”.

“Em muitos países, as UTIs estão lotadas e essa é uma doença muito séria”, disse o diretor, após ser questionado pelo jornalista Jamil Chade.

Na noite desta quarta-feira, Bolsonaro fez um pronunciamento oficial no qual minimizou os riscos da pandemia do coronavírus e pediu para que as pessoas não ficassem em quarentena, mas sim voltassem aos trabalhos e às escolas.

As declarações de Bolsonaro contrariam as recomendações da OMS e de ações tomadas por diversos governos pelo mundo. Durante sua fala, o mandatário voltou a falar em “histeria” e criticou a imprensa por espalhar “pavor” na população. Ele ainda voltou a chamar a doença de “gripezinha ou resfriadinho”.

“Nossa vida tem que continuar. Os empregos devem ser mantidos. O sustento das famílias deve ser preservado. Devemos sim voltar à normalidade. Algumas poucas autoridades estaduais e municipais devem abandonar o conceito de terra arrasada, a proibição de transportes, o fechamento de comércios e o confinamento em massa. O que se passa no mundo tem mostrado que o grupo de risco é o das pessoas acima dos 60 anos. Por que fechar escolas?”, disse o presidente.

Denúncia contra Bolsonaro

Ainda nesta quarta-feira, a OMS recebeu uma denúncia contra Bolsonaro apresentada pela bancada do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) na Câmara dos Deputados.

Em carta enviada ao diretor-geral da organização, os parlamentares brsileiros pedem auxílio internacional para cobrar respostas do governo brasileiro e mudanças nas atitudes do próprio presidente.

No documento, os deputados citam o pronunciamento de Bolsonaro e afirmam que “a forma como ele quer conduzir o país através desta pandemia ameaça milhões de vidas brasileiras”.

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