Detentas da penitenciária feminina vão apresentar peça de teatro inspirada em Frida Kahlo

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O projeto de teatro Mulheres de Aço e de Flores, desenvolvido pela Secretaria de Justiça do Piauí e pela gerência da Penitenciária Feminina de Teresina, reúne detentas da unidade prisional com a proposta de humanizar e ressocializar incentivando da produção artística entre as pessoas privadas de liberdade.

Existente há cerca de um ano, o grupo de teatro ensaia, atualmente, a peça teatral Cartas de Minha Vida, que faz alusão à vida da pintora mexicana Frida Kahlo. A primeira apresentação pública do grupo está prevista para o dia 2 de março, às 19h, no Theatro 4 de Setembro, em Teresina. Hoje, 75 reeducandas participam do projeto Mulheres de Aço e de Flores.

Uma delas é Elza Bellini, que atua há 10 meses no grupo teatral e fala da experiência com o mesmo entusiasmo de quando está em cena. “O projeto veio como presente para todas nós. O teatro mexe com sentimentos, com as feridas do ser humano. Isso me emociona e me motiva a interpretar e representar milhares de pessoas”, relata.

Na visão da gerente da Penitenciária Feminina de Teresina, a socióloga Socorro Godinho, uma das principais incentivadoras desse e de outros projetos, “a sociedade precisa se dar a oportunidade de perceber as reeducandas privadas de liberdade no sistema prisional de um modo diferente, sem o rótulo de apenas uma pessoa que cometeu um delito”.

“Se começarmos a compreender que dentro de um rótulo existe uma pessoa na sua integralidade, com identidade, história de vida, com sonhos e perspectivas, isso começa a quebrar o estigma de que a pessoa privada de liberdade é só um delinquente. Isso abre perspectivas diferentes, para que, quando essa mulher retornar para a sociedade, seja percebida em sua integralidade”, pontua.

Já o professor de teatro Valdsom Braga, que, atualmente, coordena as atividades do projeto Mulheres de Aço e de Flores, observa que “o preconceito existe apenas do lado de fora dos muros da unidade prisional. Aqui dentro, a gente vê um mundo bem diverso, de talentos que já existem e são apenas aflorados. Procuramos olhar para o ser humano com dignidade”.

O secretário de Justiça do Estado, Daniel Oliveira Valente, destaca que o projeto é voltado à humanização das unidades prisionais, valorizando a diversidade cultural, estimulando o envolvimento das reeducandas em atividades que, ao ressaltar suas potencialidades, possam exercer impacto no tocante à efetivação do processo de ressocialização.

“O projeto de teatro, assim como o projeto de música que existe na Penitenciária Feminina e tantas outras ações que são desenvolvidas, busca, ao estimular as potencialidades artísticas das reeducandas, criar espaços e oportunidades de transformação. A arte é capaz de mudar as pessoas”, afirma Daniel Oliveira.

Com informações de O Dia.

Fonte: Pero No Mucho.

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