Uruguai: o peso e as aspirações dos chamados partidos menores

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Montevidéu, 22 out (Prensa Latina) Os chamados “partidos menores” também pesarão nas eleições deste domingo no Uruguai, nas quais disputam essencialmente a Frente Ampla (FA) da situação e os opositores partidos Nacional (PN) e Colorado (PC).

Ao todo, estão em campanha sete grupos e os quatro que as pesquisas indicam ter menos de cinco porcento da intenção de votos podem jogar um papel de “fiel da balança” no parlamento.

O FA confia que obterá, como durante os dois últimos mandatos, a maioria parlamentar própria, mas a oposição e várias empresas de pesquisa colocam isso em dúvida.

É provável que o Partido Independente (PI), que já tem dois deputados e que registra um quatro porcento sólido nas pesquisas, se mantenha ou cresça no Parlamento.

Também competem, ainda que com menos recursos, a Unidade Popular (UP), o Partido Ecologista Radical Intransigente (PERI) e o Partido dos Trabalhadores (PT), aos quais as pesquisas atribuem um por cento, ou menos, dos votos.

Alguns observadores calculam que o PI poderia obter três deputados e um senador, enquanto que a UP e o PERI, que não têm assentos no Parlamento, poderiam conseguir um deputado cada um.

Agregam que, se seis partidos políticos chegarem a ter presença no Legislativo, seria a maior fragmentação parlamentar em 60 anos, motivo pelo qual também estudam cenários menos otimistas.

O Partido Independente 

Neste marco, destaca o advogado, sociólogo e professor universitário Pablo Mieres, de 55 anos de idade, quem percorreu várias instâncias políticas dantes de fundar, em 2002, o PI, grupo que preside desde 2005.

Desde 1979, militou no Partido Democrata Cristão (PDC), então integrante do FA, e foi eleito deputado suplente em 1984. Em 1989, quando o PDC se retirou do FA, foi reeleito deputado suplente.

Em 1994, o PDC voltou ao FA, mas, em 1995, Mieres se retirou e entrou ao Novo Espaço, pelo qual foi eleito deputado em 1999. Depois, deixou o Novo Espaço e fundou com outros o PI.

Em 2004 se candidatou sem sucesso à Presidência e ao Senado, assim como no ano de 2009, apesar do PI ter conseguido as dois assentos que tem hoje na Câmara de Deputados.

Seu grupo, que em 2004 lançou a palavra de ordem “Nem uns, nem os outros”, se posicionando entre os dois blocos políticos majoritários, lançou, em 2009, o lema “Muda a política”.

Atualmente, com o mesmo ânimo de se converter em “ator decisivo”, propõe a necessidade de mudar o atual governo da FA, mas sem voltar atrás, aos governos tradicionais do PN e do PC.

A Unidade Popular 

Por sua vez, a Unidade Popular (UP), que reúne várias organizações e movimentos, postula o professor, escritor e historiador Gonzalo Abella, de 67 anos de idade, um crítico dos governos da FA.

Propõe, essencialmente, a necessidade de “recuperar a soberania do Estado e, a partir daí, promover um projeto socialmente solidário e ambientalmente sustentável”.

Com o lema “As vozes do povo ao Parlamento”, sustenta que a UP, com pesquisas que lhe atribuem um porcento dos votos, “é hoje o embrião do que a Pátria precisa”.

Seu colega de chapa, o taxista e líder sindical Gustavo López, destacou que a entrada pela primeira vez da UP ao Parlamento seria “um passo essencial para conseguir o objetivo de recuperar o programa da esquerda no país”.

O Partido Ecologista Radical Intransigente 

Por sua vez, o Partido Ecologista Radical Intransigente (PERI), fundado no ano passado, candidata à presidência o engenheiro agrónomo César Vega (55). Várias empresas de pesquisa lhe atribuem ao redor de um porcento da intenção de votos.

Com um programa de preservação dos recursos naturais e de rejeição à megamineração, os cultivos transgênicos e as empresas poluidoras, o líder do PERI disse: “Não somos de esquerda nem de direita, somos de baixo, da terra”.

Se chegar ao Parlamento, Vega – quem critica o governo atual e os anteriores – proporá projetos para proteger e cuidar do meio ambiente natural e de seu futuro.

A última organização em disputa neste domingo é o Partido dos Trabalhadores (PT), que postula Rafael Fernández (52) como candidato presidencial.

Servidor público do Banco de Seguros do Estado, sustenta que seu partido – fundado em 1984 – luta por um governo de trabalhadores e pela unidade socialista da América Latina, como parte da luta pelo socialismo a escala mundial.

O dirigente da Associação de Empregados Bancários do Uruguai (AEBU) – que conseguiu 513 votos nas presidenciais de 2004; que não participou nas de 2009; e que, nas internas deste ano, atingiu 711 votos – espera obter um assento no Parlamento.

No domingo, os uruguaios elegerão presidente, vice-presidente, 30 senadores e 99 deputados, em uma disputa entre o governo e a oposição tradicional, como também de outros atores, pequenos mas ativos.

Fonte: Prensa Latina.

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