Desmentindo as mentiras do Ifood, desesperado com o breque dos apps

A força da paralisação internacional de entregadores de APPs gerou muito medo nas empresas, vejam as mentiras do Ifood para tentar amenizar os impactos do #BrequeDosAPPs.

Foto: Reprodução

Por Jéssica Antunes.

Na noite desta terça-feira, 30 de junho, véspera da paralisação internacional dos entregadores de aplicativo, o perfil brasileiro do Ifood no twitter, já prevendo a força das mobilizações do 1º de julho, postou uma “thread”, um “fio” de vários twittes ligados, para “explicar” a sua relação com os entregadores. Um fio de mentiras. Vamos dar uma olhada:

Faltou apenas dizer que, na prática, esses seguros não se efetivam. Um caso que deixa evidente: Joel, 61 anos, sofreu acidente grave voltando para casa e perdeu uma perna. O Ifood negou o seguro a Joel, durante todo seu atendimento médico e seguiu negando indenizar sua prótese até que o caso viralizou na internet com um pedido de vaquinha online.

Talvez seja possível que um entregador faça esse valor por hora, mas como? Tendo em vista que, no melhor dos casos, entregadores com altas pontuações, recebem R$0,70 por km, de acordo com o Sindimoto-SP, e contando o tempo parado esperando para retirar ou entregar os alimentos, além das corridas com frete grátis que também recaem nos entregadores, fica claro que para chegar a isso, os entregadores teriam que rodar como loucos e “queimar o asfalto”. Talvez seja isso que o Ifood espera, para aumentar seus lucros, mas, o outro lado da história é o aumento em mais de 100% no número de entregadores mortos na pandemia. Famílias ficando sem seu entes queridos, sem sustento e, lógico, sem indenização pelo Ifood.

Ademais, um estudo recente realizado por pesquisadores da Unicamp, Unifesp, UFJF, UFPR e MPT apontou que 59% dos entregadores passaram a ganhar menos com as plataformas nesse período, apesar do aumento da demanda por delivery.

Com o desespero frente o aumento da organização e da união nacional e internacional dos entregadores, o Ifood faz a afirmação acima. Mas quem irá garantir isso? Uma das principais reivindicações do movimento é justamente contra os bloqueios e desligamentos indevidos, sem justificativa e transparência. “Os aplicativos bloqueiam o entregador sem qualquer justificativa.” disse o presidente da Amae-DF para a Folha de SP. “Antigamente, quando o cliente reclamava, o iFood ligava para o motoboy para ver o que aconteceu. Hoje em diz eles não fazem mais isso. Sabem que a oferta de entregadores é grande, então nos tratam como descartáveis”, afirma. Quem garante que os que se manifestam hoje não serão bloqueados amanhã sem qualquer justificativa? Afinal, não há qualquer regulamentação.

Com essas e outras mentiras, como a de que fornecem todos os EPIs necessários para esses trabalhadores linhas de frente, como testes de covid-19, máscaras, luvas e etc, a Ifood tenta, em seu desespero, deslegitimar a justa manifestação do breque dos apps. Infelizmente, para esses empresários que colocam os lucros acima da vida, bem ao estilo Bolsonaro e Mourão, hoje há milhares de entregadores nas ruas unindo suas vozes em um só grito de basta, exigindo seus direitos, fazendo suas reivindicações serem ouvidas, e dando um grande exemplo a todos os demais trabalhadores de qual caminho podemos seguir para defender e conquistar uma condição de vida minimamente digna.

Que essa luta seja a faísca para a união das diferentes categorias essenciais e que se demonstre a força imparável dos trabalhadores unidos contra empresas mentirosas, desumanas e exploradoras como a Ifood.

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