Descoloniza Filmes dará destaque a cineastas mulheres

Por Luísa Pécora.

O cinema feito por mulheres estará no centro da atuação de uma nova distribuidora brasileira. Lançada neste mês, a Descoloniza Filmes terá três focos principais: obras realizadas por diretoras, produzidas em países periféricos e com temáticas que contribuam para a reflexão que a empresa propõe já no próprio nome.

“É uma distribuidora com pauta progressista”, resumiu o diretor da Descoloniza, Ibirá Machado, em entrevista ao Mulher no Cinema. “Vamos trazer filmes que contribuam com a desconstrução do patriarcado, com visões além do capitalismo, com conceitos não reducionistas, que façam contraponto à pauta conservadora.”

Geógrafo de formação, Machado começou sua trajetória na distribuição com Bollywood Dream – O Sonho Bollywoodiano(2011), dirigido por Beatriz Seigner, que agora é sócia da Descoloniza. Além de trabalhar durante três anos na Vitrine Filmes, ele coordenou lançamentos independentes como Yorimatã e A Loucura Entre Nós, ambos de 2016. “Fui me dando conta de que existia uma demanda de filmes que não estavam conseguindo distribuidor, mas mereciam um trabalho melhor.”

O primeiro lançamento da Descoloniza, em novembro deste ano, será o documentário Híbridos, coprodução de Brasil e França na qual os diretores Priscilla Telmon e Vincent Moon retratam rituais sagrados brasileiros. Já dos quatro filmes previstos para 2018, dois têm mulheres na direção: a ficção argentina Minha Amiga do Parque, de Ana Katz; e o documentário indiano Um Homem Insignificante, de Khusboo Ranka em parceria com Vinay Shukla.

Julieta Zylberberg como Liz, no filme Minha Amida do Parque (Foto: Reprodução)

O primeiro, que se autodenomina “uma comédia preocupante”, acompanha a aproximação entre a jovem mãe Liz e a operária Rosa após se conhecerem em um parque. Já o documentário narra a trajetória de Arvind Kejriwal, um dos políticos mais controversos da Índia e líder do Partido do Homem Comum.

Outro lançamento da Descoloniza, o costa-riquenho Abraça-me Como Antes, tem direção masculina (de Jurgen Ureña) mas é centrado em duas transexuais, interpretadas por Jimena Franco e Natalia Porras. O catálogo da distribuidora também inclui Rei, filme chileno dirigido por Niles Atallah. Mais informações no site oficial.

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