Desastre ambiental no Atlântico Sul

Foto: Adema/Governo de Sergipe

Por Gustavo Gollo.

Uma gigantesca mancha de petróleo vem se alastrando há mais de um mês pelo litoral do nordeste, evidenciando um desastre brutal ocorrido não se sabe onde. A lambança se estende do Maranhão até a Bahia emporcalhando centenas de praias, fato que constitui apenas a ponta do iceberg, a manifestação visível da tragédia cujo epicentro ocorreu em águas profundas, a centenas de quilômetros da costa, constituindo um crime ecológico descomunal, envenenando o oceano, matando peixes e ameaçando os frágeis recifes.

Não se sabe, nem se quer saber, quem é o responsável pela catástrofe, ou o lambão teria sido descoberto logo nos primeiros dias e obrigado a limpar a imundície. Vão deixando assim que o destino e o tempo se encarreguem de apagar as marcas do desastre cuja responsabilidade, caso determinada, atiçaria protestos contra as piratizações em andamento.

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A tentativa de esconder o crime ecológico gigante e jogar a sujeira para baixo do tapete perpetrada pelos meios de comunicação resultou na divulgação, durante semanas, de que a poluição teria resultado da lavagem de um navio tanque. O escárnio protagonizado longamente pelos jornais prosseguiu por semanas, enquanto a mancha já se estendia por mais de 2 mil quilômetros de costa. Um mês depois do desastre, a hipótese levantada pelos jornais foi substituída por outra não menos ridícula, a de que o óleo a emporcalhar as praias de todo o nordeste fosse oriundo da Venezuela! Cabe ressaltar que o google deu forte destaque à piada.

O caso é multiplamente esclarecedor, revelando o modo como são tratados a manipulação de notícias, e os diferentes atores no cenário do brasileiro do petróleo. A visão caolha do judiciário também será mais uma vez exposta. Os que estão ocultando o desastre são cúmplice do crime ambiental.

Um acidente de igual extensão que tivesse ocorrido na costa dos EUA estaria ganhando as manchetes diárias com enorme destaque no mundo inteiro, justificando multa bilhonária que certamente seria impingida sobre o responsável pelo crime ambiental. Aguardemos as medidas que serão tomadas contra o responsável pelo vazamento que emporcalhou a maior atração turística da região e poluiu vasta extensão do Oceano Atlântico.

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