Desafios dos novos tempos são debatidos nas Jornadas

Por Elaine Tavares. 

O primeiro dia de Jornadas Bolivarianas trouxe para o debate os pressupostos que levaram à grande reforma universitária de 1918 depois da insurgência dos estudantes argentinos. Na época, o mundo vivia a efervescência da revolução russa e os anseios de mudança também fizeram morada em “nuestra américa”. As bandeiras de luta dos estudantes de Córdoba acabaram por influenciar a maioria das universidades latino-americanas e, se todas as propostas não se cumpriram, é fato que muita coisa mudou.

Hoje, o mundo vive outra realidade histórica. Não há efervescência de lutas revolucionárias, mas há uma grande transformação em curso, com o avanço da cibernética e da inteligência artificial. São novos tempos que exigem novas bandeiras e novas estratégias de luta.

A universidade latino-americana está mais uma vez dobrada sobre si mesma e, no geral, pouco conectada com os desafios dos seus povos. Sequestrada pelo capital e pelo mercado, ela serve aos interesses da classe dominante, com muito pouco conteúdo emancipatório.

Assim que os desafios que estão colocados para os intelectuais são gigantescos pois além de construir mecanismos de análise capazes de pensar com eficiência a realidade, é preciso também transformar por dentro a instituição. Tanto Pablo Imen, da Argentina, como Heinz Dieterich, do México, apontaram a necessidade de uma mudança de sistema. Sem isso, a educação, sozinha, não pode fazer muito.

As conferências trouxeram muitas interrogativas no campo teórico e político e agora é tempo de digerir e formular. Para hoje, segundo dia de jornadas,  temas como a educação em Cuba, Venezuela e os desafios tecnológicos prometem esquentar ainda mais a discussão.

Fonte: IELA.

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