Deputado Gelson Merísio manda a polícia barrar entrada dos servidores estaduais no Plenário da Assembleia

Por Sílvia Medeiros, para Desacato.info (texto e fotos)

Spray de pimenta, truculência do presidente da Assembleia e novamente o adiamento da votação do Plano do Magistério. Esse foi o saldo de mais uma mobilização dos servidores do estado que tentam barrar projetos do governador Colombo que retira direitos dos trabalhadores

Mais um capítulo triste para o embate entre o governo do estado e os trabalhadores do serviço público estadual. Não contente em impedir os servidores de acompanhar a Comissão de Constituição e Justiça, dessa vez o presidente da Assembleia Legislativa, Gelson Merísio do PSD (mesmo partido que Raimundo Colombo) colocou um forte aparato policial em frente do plenário e impediu professores, servidores da saúde e da segurança pública de acompanharem a comissão na manhã do dia 08 de dezembro. Como resultado, um triste confronto entre trabalhadores!

O plenário que tem capacidade para 240 pessoas, não estava ocupado nem por um quarto desse público. As cadeiras da galeria superior estavam vazias e apenas alguns trabalhadores conseguiram entrar para acompanhar a votação de projetos importantes, entre eles os Projetos de Lei – PL 517 e 518 que tratam, respectivamente, da instituição de um novo plano de carreira para o magistério público estadual e de novas regras para admissão de professores por prazo determinado – ACTs.

Barrados do lado de fora do plenário, os trabalhadores pediam para acompanhar a votação. Palavras de ordem tentavam sensibilizar os policias militares que a luta é para todos os servidores estaduais, mas o confronto foi inevitável! Na tentativa de entrar no plenário os trabalhadores do estado empurraram os outros trabalhadores do estado, os policiais militares, que para conter o grande número de pessoas, jogaram spray de pimenta em todos. Sem escolher alvo, sem pensar na distância entre o tubo e o rosto dos manifestantes. O tumulto foi grande e maior foi a ardência sentida por todos que estavam na Assembleia, só quem não sentiu os efeitos do gás de pimenta foram os deputados que, protegidos pelo vidro e pelo aparato policial, olhavam os trabalhadores brigando entre eles.

Sílvia 2 a

Ao final da Comissão a deputada Luciane Carminatti do PT, foi conversar com os trabalhadores que protestavam do lado de fora e pediu a eles muita união neste momento em que o governo do estado “tratora” o direito dos servidores estaduais.  Além desses projetos, a deputada Luciane alertou sobre a medida provisória – MP 205/2015, que altera a legislação que trata dos fundos especiais mantidos pelo Estado. “É uma medida que abre possibilidade ao governo do estado de pegar os recursos do caixa e investir para o pagamento de outras políticas, como por exemplo, pegar os recursos do Pré-Sal que são destinados à educação e saúde, como a legislação prevê, e direcioná-los para o pagamento da dívida do estado.”

Essa MP, apesar do apelo da deputada, foi aprovada e segue para análise em plenário. Os projetos de lei que tratam sobre o magistério não foram para votação e voltam para a pauta na próxima quarta-feira, dia 16 de novembro. De acordo com representantes do Fórum dos Servidores Estaduais, que reúne os sindicatos que representam trabalhadores do serviço público estadual, garantiram que continuarão mobilizados para conter a retirada de direitos do governador Raimundo Colombo.

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