O Departamento de Saúde e Serviços Humanos (HHS, na sigla em inglês) confirmou publicamente que pressionou o Brasil contra a compra da vacina russa contra a COVID-19 Sputnik V.
Para isso, o órgão usou suas relações diplomáticas na região das Américas para reduzir as negociações das nações.
US Dep. of Health publicly confirmed that it pressured Brazil against Sputnik V.
We believe countries should work together to save lives. Efforts to undermine the vaccines are unethical and are costing lives.
?https://t.co/Ga5i4zvbCt P.48 pic.twitter.com/A6wyKOkc8t— Sputnik V (@sputnikvaccine) March 15, 2021
O Departamento de Saúde dos EUA confirmou publicamente que pressionou o Brasil contra a (compra da) vacina Sputnik V. Nós acreditamos que os países devem trabalhar juntos para salvar vidas. Esforços para prejudicar as vacinas não são éticas e estão custando vidas.
As agências do governo norte-americano, com o objetivo de fortalecer os laços diplomáticos, ofereceram assistência médica e humanitária para dissuadir outros países na região a aceitar a ajuda desses “Estados mal-intencionados”.
Usando o Departamento de Saúde e Serviços Humanos, os EUA pressionaram o Brasil a rejeitar a vacina russa contra COVID-19, segundo relatório do HHS.
Vacina no Brasil
O Ministério da Saúde assinou nesta sexta-feira (12) um contrato para compra de dez milhões de doses da Sputnik V. A vacina ainda não possui aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso emergencial.
Anteriormente, o Consórcio Nordeste, que reúne os governadores da região brasileira, também anunciou um acordo para adquirir o imunizante russo, garantindo a compra de 39,6 milhões de doses da vacina, que tem eficácia comprovada de 91,6%.
Até o momento, o Brasil aplica doses de apenas duas vacinas, a CoronaVac, parceria do Instituto Butantan com a chinesa Sinovac, e a Covishield, parceria da Fiocruz com a AstraZeneca/Oxford.
O Brasil registrou novamente mais de 1.000 mortos pela COVID-19 em 24 horas, segundo boletim do Ministério da Saúde divulgado neste domingo (14).
De acordo com a pasta, 1.127 pessoas morreram nesse período, fazendo total de óbitos pelo coronavírus no país chegar a 278.229, sendo o segundo país do mundo tanto em número de óbitos como de casos, sendo apenas superado pelos Estados Unidos.
O ministério contabilizou ainda 43.812 novos casos da COVID-19. Ao todo, o número de infectados é de 11.483.370.
Sputnik V
A Sputnik V foi desenvolvida pelo Centro Nacional de Pesquisa de Epidemiologia e Microbiologia Gamaleya (Centro Gamaleya), na Rússia, com o apoio do Fundo Russo de Investimentos Diretos (RFPI, na sigla em russo).
A vacina foi aprovada na Rússia ainda em agosto de 2020, sendo a primeira a receber liberação de um órgão sanitário nacional. Em todo o mundo, ao menos 50 países já autorizaram o uso da vacina, a segunda mais aprovada por órgãos sanitários mundo afora.
O imunizante russo ainda não foi liberado para uso no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).