Debate na UFSC sobre o golpe, a mídia e a opinião pública

A conjuntura exige e chama os jovens a pensar sobre o país. O que está acontecendo na política e como o jornalismo pode atuar nesse processo foi o debate organizado pelo Centro Acadêmico de jornalismo da UFSC. Foi um bom debate com os compas Samuel Lima e Pedro Otoni. Parabéns aos estudantes que se interessam em discutir e encontrar caminhos para além das armadilhas do mundo capitalista. E vamo que vamo… Um dia haveremos de ter jornalismo nos meios de comunicação, e não propaganda descarada do sistema vestida de ideologia.

Por Rubens Lopes.

O Centro Acadêmico Livre de Jornalismo Adelmo Genro Filho passará a promover atividades que discutam e contextualizem a tentativa de golpe no Brasil. A primeira aconteceu nessa quarta-feira (13) às 18h30, na sala Hassis, do Centro de Comunicação e Expressão, com o debate “Mídia e opinião pública: a conjuntura do impeachment” e discutiu a participação dos grandes veículos de comunicação na atual conjuntura. Foram convidados a jornalista Elaine Tavares, o professor de jornalismo Samuel Lima e o cientista político Pedro Otoni.

Elaine Tavares é membro da Rede Popular Catarinense de Comunicação, pesquisadora e coordenadora de comunicação do Instituto de Estudos Latino-Americanos, editora do blog Palavras Insurgentes e diretora executiva da Rádio Comunitária Campeche. Ela enfatizou que a mídia comercial mente e produz ideologia encobrindo a verdade. Citando o teórico do jornalismo, Adelmo Genro, problematizou o fazer jornalístico apontando “brechas”, mesmo nos grandes meios de comunicação, onde a realidade pode ser desvelada e narrada. Para Tavares, a descrição dos fatos é a melhor forma para que o leitor, espectador, ouvinte possa ter a informações e formar sua própria opinião.

Samuel Lima, professor do Departamento de Jornalismo da UFSC, pesquisador da área de Mídia e Teoria do Conhecimento e do Laboratório de Sociologia do Trabalho (LASTRO), do Programa de Pós-Graduação em Sociologia Política da UFSC, trouxe dados importantes para se compreender a mídia brasileira formada por monopólios e oligopólios. Relatou ainda um trabalho que está organizando junto com outros professores e estudantes do curso de jornalismo da UFSC para investigar formas de produzir jornalismo que se contraponha aos grandes meios, e que possa se sustentar sem as verbas de empresas ou estatais.

Pedro Otoni, cientista político, especialista em economia política e colunista do site Brasil em 5, trouxe uma análise de conjuntura apontando os atores e elementos que perpassam a tentativa de golpe no país. Para ele, os grandes meios de comunicação tem lado: o da classe dominante que está a favor de uma burguesia capitalista que financia o golpe. Por isso, a imparcialidade não existe no jornalismo brasileiro.

As atividades do CALJ terão continuidade trazendo para a comunidade universitária e comunidade debates com temas sobre o jornalismo e o momento político do país. Para acompanhar basta acessar a página no facebook: Centro Acadêmico do Curso de Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina, pelo email; [email protected] ou pelo site; www.calj.ufsc.br

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