Damares transforma cidade do Piauí em Terra Prometida da cloroquina, ignorando as mortes

Foto: Reprodução/DCM

Por Kiko Nogueira.

Uma cidade do Piauí virou a Terra Prometida para o bolsonarismo em sua busca por uma cura fraudulenta do coronavírus.

Bolsonaro pode visitar Floriano, a 250 quilômetros de Teresina, com 60 mil habitantes, que tem utilizado cloroquina e azitromicina no tratamento de pacientes em fase inicial da covid-19.

O prefeito Joel Rodrigues (PP), aliado do governador Wellington Dias, do PT, se gaba dos casos de cura e atribui o resultado a uma experiência com uma médica da cidade, Marina Bucar.

A Secretaria de Saúde adquiriu trezentos kits desse coquetel. Marina Bucar estabeleceu parceria com o hospital Tibério Nunes.

“Ainda é um número pequeno, mas animador. Considero um divisor de águas que se não puder ser incorporado aos protocolos oficiais nesse momento deveriam estar disponíveis na rede hospital do estado para que os médicos exerçam sua autonomia com o consentimento dos pacientes”, disse Justino Moreira, diretor técnico do hospital.

Flávio Bolsonaro postou uma matéria acusando a Globo de esconder o sucesso local.

Eduardo Bolsonaro postou a mesma coisa falando em censura. Damares foi enviada a Floriano para trazer boas notícias.

“A gente veio ver o milagre do uso da cloroquina associado a outros medicamentos. As pessoas estão sendo salvas aqui em Floriano. Eles estão salvando vidas”, afirma num vídeo idiota.

“Aqui em Floriano, o prefeito decidiu não cavar covas, não comprar caixões, mas salvar vidas.”

Na quarta, dia 13, o Piauí registrou mais três mortes de pessoas infectadas pelo coronavírus, segundo boletim oficial.

O estado tem 60 óbitos e 1.784 casos confirmados.

Dos últimas falecimentos registrados, três pacientes estavam internados exatamente no Hospital Tibério Nunes, em Floriano.

Bolsonaro já disse que vai conversar com o coitado Nelson Teich para incluir o uso da cloroquina e seu derivado hidroxicloroquina no protocolo de atendimento do SUS.

Na segunda-feira, estudo publicado na revista Jama (Journal of The American Medical Association), feita pela Universidade de Albany, no estado de Nova York, não encontrou relação entre o uso do medicamento e a redução da mortalidade pela doença.

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