Criança palestina prisioneira de Israel tenta suicídio

2A advogada do Ministério dos Prisioneiros, Hiba Massalha, revelou que uma das crianças presas na seção de menores da prisão Megiddo, fragilizada física e psicologicamente pelo encarceramento, tentou suicídio.

Massalha disse que visitou a criança e que ela permaneceu por três dias sentada em uma cama, sem se mover e falar. Ficou também sem comer por dois dias e dormir à noite. Depois que voltou a falar, só comentava sobre sua intenção de suicídio.

Segundo o advogado, foi encontrada uma longa corda em sua cela, o que revela as intenções de suicídio, e confirmado pelo médico da prisão os problemas emocionais e psicológicos da criança. A administração penitenciária autorizou a vinda de um médico árabe, de Nazaré, para tratá-lo, com atendimento duas vezes por semana, porém não houve melhora.

Massalha comentou que os traumas psicológicos sofrido pelos menores podem causar graves consequências, como a tentativa de suicídio, em decorrência de maus-tratos, tortura e humilhação durante a detenção e interrogatório, afirmando que os agentes penitenciários tratam os menores de forma brutal, provocando riscos significativos a saúde e psicológico das crianças.

A advogada revelou os seguintes relatos de menores:

Abdullah Omar Mohammed Salameh, 16 anos, passou 30 dias na cela sozinho. Residente do campo de refugiados de Balata, em Nablus, foi preso em 27/09/2012 em sua casa, às três horas da manhã.

De acordo com o menor, os soldados invadiram a sua casa quando ele estava dormindo. Eles o acordaram e algemaram as suas mãos para trás, utilizando fios de plástico, e o levaram com os olhos vendados. Os soldados ordenaram que ele sentasse no chão e o carregaram até o jipe militar, onde foi espancado.

O garoto foi transferido para o quartel de interrogação e investigação Jalama. Salameh foi conduzido ao interrogatório nu. Ficou 30 dias em uma pequena solitária e foi levado diariamente até a sala de interrogatório, onde era questionado por longas horas sentado em uma cadeira, curvado para trás, com algemas nas mãos e pés (prática de tortura habitual do sistema prisional. A postura é dolorosa e inconfortável). Segundo a criança, a posição e o interrogatório lhe causaram cansaço e fadiga, e que durante a sessão ele era humilhado e tratado rudemente.te e fpi muito humilhado, confirma

Mo’ad Isaac Ahmad Shehadeh, 16 anos, morador do campo de refugiados de Balata. Foi preso no dia 03.03.2013 no checkpoint Hawara, às onze horas.

De acordo com Shehadeh, os soldados o atacaram e o jogaram no chão. Ele foi espancado brutalmente, ficando com marcas por todo o corpo, provocados por golpes, chutes e coronhadas com as armas que os soldados carregavam.

Também disse que eles algemarem suas mãos para trás com fios de plástico e o mantiveram com os olhos vendados. Também foi espancado dentro do jipe militar e levado para a investigação no assentamento de Ariel e na prisão Hawara, depois que o mantiveram nu durante a inspeção.

Samir Daoud Abu Sbeitan 16 anos, morador da cidade Al Tur, do distrito de Jerusalém. Foi preso no dia 29/03/2012, quando estava em casa, as três horas da manhã.

Informou que foi interrogado no centro de detenção Maskubeia por 19 dias. Foi algemado curvado para trás na cadeira, durante longas horas, e foi espancado por um de seus interrogadores.

O garoto disse que durante sua presença no Tribunal de Magistrados de Jerusalém, quando tentou apertar a mão de seu pai, foi espancado pelos membros das Forças Alnhashon, que também agrediram seu pai.

Ele acrescentou que o jogaram no chão e o espancaram brutalmente em frente ao seu pai, em seguida, seguraram ele pelas algemas e o arrastaram pelas costas sobre as degraus das escadas do tribunal, do terceiro andar ao térreo, o que provocou feridas e hematomas pelo corpo.

Fonte: Presos Palestinos.

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