Covid: Universidade Federal do Paraná avança em testes de vacina própria

Próximos testes pretendem descobrir se os anticorpos produzidos pela imunização têm efeito neutralizante. Foto: Marcos Solivan/UFPR

Por Ana Carolina Caldas.

Os resultados da segunda imunização em camundongos feita com a vacina contra a covid-19 desenvolvida pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) são promissores e apontaram uma quantidade expressiva de anticorpos nas amostras, segundo a equipe de cientistas envolvidos.

A quantidade de anticorpos no soro sanguíneo é obtida a partir de uma série de diluições crescentes do próprio soro.

“Nós diluímos o soro (sanguíneo) 16 mil vezes e ainda podemos observar muitos anticorpos nessa diluição. Isso quer dizer que provavelmente teremos que diluir ainda mais para encontrar o ponto final, unidade em que normalmente os resultados são expressos”, explica Marcelo Müller dos Santos, professor do Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular da UFPR e um dos responsáveis pelo estudo.

Os próximos testes pretendem descobrir se os anticorpos produzidos pela imunização têm efeito neutralizante, isto é, se eles impedem que o vírus interaja com os receptores das células.

“Se a pessoa for infectada e esses anticorpos reconhecerem rapidamente o coronavírus e se ligarem aos receptores do vírus antes que eles reconheçam os receptores das células do organismo, há o efeito neutralizante, pois provavelmente o vírus não conseguirá infectar células do trato respiratório”, diz Santos.

Os pesquisadores acreditam que, pela quantidade de anticorpos presente no sangue imunizado, na fase de testes até aqui, as chances de que tenham esse efeito neutralizante são muito boas.

Emanuel Maltempi de Souza, professor do Departamento de Bioquímica da UFPR, indica outro fator importante que a equipe deseja analisar: o momento em que a resposta imunológica aparece no organismo.

“Queremos ver também se essa resposta não desaparece após algum tempo e se o título de anticorpo permanece alto. Nosso objetivo, nesse momento, é definir a melhor fórmula e a durabilidade da resposta”, afirma.

A ideia é finalizar os testes pré-clínicos ainda na metade de 2021.

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Universidade Federal do Paraná

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