Contra o abuso policial na Ocupação Contestado

Por Rede de Apoio à Ocupação.

A cada dia que passa, o Brasil inteiro vivencia novos casos de violência policial contra comunidades pobres e periféricas, sem qualquer justificativa legal. Em Santa Catarina não é diferente. Nos últimos meses, o clima na Ocupação Contestado, na cidade de São José, é de total insegurança. São dezenas de relatos de autoritarismo e violência da Polícia Militar em operações ilegais na comunidade.

Invasões de residências, depredação de veículos, agressões verbais e corporais, agressões contra mulheres, ameaças de morte. Tudo isso sem qualquer prova, mandato judicial  ou qualquer outro instrumento legal, inclusive no período da noite. Moradores e moradoras da ocupação,  trabalhadores  e trabalhadoras, têm seus direitos humanos mais elementares afrontados pela Polícia. Em nenhuma das investidas os policiais envolvidos estavam identificados e algumas testemunhas escutaram referências a uma suposta “Operação Contestado”.

Diante destas denúncias, a Rede de Apoio à Ocupação. formada por entidades e cidadãos, exige do Poder Público uma resolução imediata para o problema. Não aceitamos que o cotidiano das famílias pobres e periféricas seja violentado pelas forças do Estado. Concentraremos nossos esforços políticos e jurídicos em defesa da Ocupação. Exigimos um posicionamento do governador Raimundo Colombo e da prefeita de São José Adeliana Dal Pont, ambos do PSD. E esperamos que nossa mobilização ajude a articular e fortalecer outras dezenas de comunidades que sofrem dos mesmos problemas com a Polícia Militar.

A Ocupação Contestado é exemplo da luta de trabalhadores e trabalhadoras pela moradia digna, pelo direito à cidade e um exemplo de  organização  popular em nossa região. Toda a mobilização está amparada pela Constituição Federal e pelo Estatuto das Cidades. São famílias na luta contra o clientelismo, a especulação imobiliária e a opressão dos poderosos contra os que constroem a cidade, todos os dias, em condições adversas e muitas vezes desumanas.  Não podemos admitir que o Estado  promova qualquer  tipo de violação a seus direitos!

No dia 7 de novembro, a comunidade completa três anos de resistência!  Esperamos que, até  lá, a situação seja resolvida e que nada possa atrapalhar a comemoração das famílias  e de todos os  que lutam por uma sociedade em que morar com dignidade não seja um privilégio de poucos. Uma festa para celebrar resistências e lutas!

Por uma cidade onde caibam todas e todos! Pela desmilitarização da Polícia!

Contestado Vive!

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