Comunidade escolar exige que estado explique políticas para escolas do centro de Florianópolis

Por Marcelo Luiz Zapelini, com fotos de Luca Gebara, para Desacato. info.

Enquanto o chefe de gabinete da Secretaria de Estado da Educação (SED) Mauro Tessari comprometeu-se em verificar a viabilidade de abertura de turma no ensino médio noturno na escola Henrique Stodick o vereador de Florianópolis Marquito (Psol) anunciou um grupo de trabalho para averiguar denuncias feitas pela comunidade escolar de diversas unidades educativas na Audiência Pública realizada na Câmara Municipal de Vereadores da capital, ontem, 22.

Audiência Pública realizada na Câmara Municipal de Vereadores da capital, ontem, 22.  Foto: Luca Gebara.

A audiência proposta por Marquito exigiu da (SED) explicações relativamente à não abertura de turma do primeiro ano do ensino médio noturno. O que foi entendido pela comunidade como uma política de extinção do curso na escola, que já tem 101 anos.

Os educadores entregaram documentos que provariam a demanda de 21 alunos interessados. O estado exige ao menos 15 alunos. No entanto, ele não reconheceu a lista entregue porque no sistema de matrículas on line constariam apenas cinco alunos.

“Vou solicitar à coordenação regional que  verifique junto a escola essa situação e se for o caso,  vamos  autorizar  sim”, garantiu .

Alunos e professores ainda reclamaram a reforma de uma quadra poliesportiva. Foto: Luca Gebara.

Alunos e professores ainda reclamaram a reforma de uma quadra poliesportiva. Tessari garantiu que o governo está em busca de solução para o problema, pois os dois projetos arquitetônicos tentados não se enquadravam no código de posturas do município e nem no espaço físico disponível.

Denúncias  

Agnaldo Amaral, diretor da unidade educativa, afirmou que o dinheiro do cartão corporativo já acabou a muito tempo e o dinheiro do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação sequer foi entregue.

A estudante da escola Lauro Muller Maria Eduarda retrucou o argumento de Tessari de que há redução na demanda por vagas no centro. “Não tem que falar nada. Não é você que estuda lá dentro. A nossa sala estava inundada esses dias. Você acha que tem poucos alunos, mas ainda tem alunos lá dentro. O Instituto Estadual de Educação não tem vagas pra todo mundo. Não temos que ir pra lá. Nós temos nossa escola e ela tem que continuar. Se faltar alunos a gente vai atrás”, avisou.

O vereador Miltinho Barcelos (DEM) criticou o secretário de Educação Eduardo Deschamps por não recebê-lo para uma audiência em que pretendia denunciar a situação precária da escola Intendente José Fernandes, no norte da Ilha. Telhado caindo, banheiros sem porta, quadra rachada. “Uma vergonha. Não tem condições. A vigilância sanitária por duas vezes foi lá e deu laudo para melhorar e até agora nada foi feito”, apontou.

Tessari reconheceu a realidade das escolas, mas não deu esperanças de soluções a curto prazo pois a secretaria “não tem pernas” para atender todas as escolas de uma só vez. Ele negou ainda que o governo tenha intenção de fechar o Henrique Stodick e outras estaduais no centro. Segundo ele, nenhuma matrícula  na rede pública não é negada.

Os educadores que falaram na tribuna, no entanto, veem outra coisa. Michel Flor, do SINTE/SC, avaliou que “depois da curva” está a privatização e a terceirização do sistema. Ele destacou ainda que o governo não investe 25% do orçamento obrigatório em educação.

Marquito anunciou que como encaminhando principal os vereadores criaram um GT no âmbito da comissão de educação da câmara. Para “primeiro acompanhar esse processo de abertura da turma, a gente continuar o debate sobre o fechamento histórico de escolas, fazer visitas nas unidades educativas que ainda estão funcionando para ver as reais condições de funcionamento, no centro da cidade”. Grupo irá também analisar dados estatísticos do senso escolar e também pautar a questão da alimentação escolar no período noturno que é inexistente.

 

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