Comunicado da Ocupação Guerreira Dandara Florianópolis

ÀS TRABALHADORAS E TRABALHADORES DE FLORIANÓPOLIS

A cidade de Florianópolis vive hoje uma das maiores especulações imobiliárias de todo o Brasil.

A cada, o valor de aluguéis aumenta e consome uma parte cada vez maior de nossos salários.

É cada vez mais dinheiro para o aluguel e menos dinheiro para alimentar nossos filhos com um pouco de dignidade.
A pouca comida que podemos comprar está completamente envenenada com agrotóxicos, enquanto os alimentos orgânicos são muito mais caros, reduzindo o acesso a esses produtos por famílias de baixa renda.

Enquanto isso, o setor imobiliário, empreiteiras e grandes empresas como as redes de supermercados dominam áreas cada vez maiores da cidade, sem nenhum compromisso com as trabalhadoras e trabalhadores que aqui residem e circulam.

Um exemplo do descompromisso atual é a tentativa de construção de um grande hotel de luxo na Ponta do Coral, na Avenida Beira Mar Norte, local que vem há mais de 20 anos sendo reivindicado para a construção de um parque público para a cidade.

Os governos municipal, estadual e federal, principalmente nos momentos de crise, como o que vivemos agora em 2015, colocam-se ao ao lado dos grandes banqueiros e empresários, retirando direitos dos trabalhadores conquistados com muita luta e organização de nossos pais e avós.

Hoje vivemos uma redução de salários, aumento da idade para aposentadoria, sucateamento da educação e da saúde, total descaso com a reforma agrária e com a construção de casas populares.

Ainda por cima somos obrigados a pagar a conta da crise gerada pelos bancos e grandes empresas transnacionais, através das demissões, aumento de impostos, alta taxa de juros, aumento de aluguéis, ou seja, tudo para garantir o futuro de uma minoria exploradora.

Este Natal, só em SC, mais de 4000 famílias perderam seus empregos, tornando impossível aquilo que já era difícil: sobreviver, ter um teto e dar uma vida digna a suas filhas e filhos.

O governo de César Souza, assim como as gestões anteriores, não possui nenhum compromisso em resolver o problema de falta de moradia na cidade, mantendo praticamente parado o cadastro de mais de 20 mil famílias que vivem em condições de moradia precárias e em áreas de risco, enquanto diversos espaços de Florianópolis estão vazios e sem cumprir sua função social de serem lugares para moradia e trabalho.

Desta maneira, não resta alternativa a nós trabalhadoras e trabalhadores senão tomar as rédeas de nosso próprio destino, organizar e lutar por uma vida digna, sem exploração, para nós, nossos filhos e filhas, com terra e moradia de qualidade!

Não podemos admitir que em Florianópolis, com tantas áreas paradas, seja possível existir um déficit de mais de 20 mil famílias sem moradia digna e com 95% de sua produção de alimentos fora da cidade!

Exigimos espaços públicos e coletivos para poder trabalhar na terra e plantar alimentos, e a cidade de Florianópolis pode oferecer isso.

Por essa razão, ocupamos o terreno localizado na SC-401. Terreno que, como provado já em 2014, pelo Ministério Público Federal, é fruto de uma terra roubada pelo ex-deputado Artêmio Paludo, e que se encontra há mais de 15 anos parado, a serviço da especulação imobiliária, sem cumprir sua função social de abrigar famílias e produzir alimentos para a população.

Toda terra grilada, como essa, ou que não cumpra sua função social, deve ser desapropriada para fins de reforma agrária e construção de moradias para famílias de baixa renda. Somos trabalhadores e trabalhadoras, agricultores e pescadores, estudantes, professoras, estamos juntos e convocando a todos nós trabalhadores a se juntar nessa mobilização.

Aqui lutamos por uma terra livre de exploração, com moradia e trabalho, e para isso é fundamental que tenhamos um pedaço de terra para viver e gerar nossa própria renda, sem depender daqueles que nos exploram e sempre nos exploraram.

Somos o povo organizado, juntos e cada vez mais fortes.

Quem quiser se juntar à luta, construir nossa ocupação e batalhar por uma moradia, terra e trabalho, venha!

“Nem que a coisa engrossa, essa terra é nossa”.

Ocupação Guerreira Dandara.
Dezembro 2015
“Aqui vivemos, aqui lutamos”

Fonte: https://www.facebook.com/dandaraflorianopolis/?fref=nf

3 COMENTÁRIOS

  1. Chega de demagogia, vamos democratizar a terra e fazer cumprir as leis da reforma agrária na nossa ilha!
    Para que ela não seja da Magia apenas para ricos e turistas!
    Por um questão de direito, igualdade! Justiça social já!

    É isso aí Ana Lía: “Terra grilada é terra roubada do povo”!

    DEMOCRATIZAR A TERRA!

  2. Vamos por partes…

    1 – Amigo, o problema não é que as coisas estão caras… é você que recebe pouco.
    Uma pequena lição sobre capitalismo: seu produto é tão valioso quanto o tamanho e a quantidade de problemas que ele resolve… e à escassez dele no mercado.
    Se você faz algo que qualquer um pode fazer e em quantidade imensa, seu produto é barato e você precisará produzir e vender MUITO para poder se sustentar.
    Vocês querem viver de agricultura familiar orgânica? E querem que ISSO dê dinheiro? Se o trabalho para o qual eu me qualifiquei não pagasse mais, eu mesmo plantaria minha comida. Não é difícil. Sério.

    2 – Qualquer lugar do mundo pode produzir alguma comida… Só Florianópolis possui o potencial turístico daqui.
    Meio óbvio isso, não é?
    Você vaí usar terras para plantar, recebendo quase nada pra isso, em vez de construir algo voltado para o turismo, que paga muito melhor?
    Matemática pura, gente. Se vocês soubessem, estariam se qualificando em alguma área de turismo, em vez de insistirem nessa ideia estapafúrdia de fazer plantações comerciais em uma área única, que as pessoas valorizam pelas belezas naturais.

    3 – Mas provavelmente seu interesse seja… especulação imobiliária!
    Eu tomei vocês como burros inocentes. Mas isso aqui é Brasil, terra da malandragem e da esperteza.
    Eu posso apostar um dedo minguinho que qualquer um de vocês venderia sua propriedade por alguns milhões. Sem nem saber o destino que o comprador dará.
    Tipo MST, sabe?

    4 – Agrotóxicos.
    Sério? Mesmo? 2016 limpando os pés para entrar e vocês reclamando de agrotóxicos?
    São ruins? Claro.
    Mas sem eles jamais conseguiríamos alimentar 7 bilhões de pessoas.
    Muito conveniente que vocês bradem contra os agrotóxicos, estando vivos só porque consomem todos os dias dezenas de itens que usam produtos criados com agrotóxicos.
    Sem eles, talvez o mundo não tivesse passado de 2 bilhões de pessoas. Talvez você não estivesse lendo isso, agora.

    5 – Quanto à Ponta das Canas:
    Eu prefiro um hotel, com restaurantes, bar e uma área cuidada… gerando trabalho e trazendo MUITO dinheiro para a cidade…
    Do que me BORRAR DE MEDO dos drogados que usam o lugar dia e noite, hoje em dia.
    “Fazer um parque público”????
    Para ficar igual a dezenas de outros parques cuidados pela prefeitura? Sujo, cheio de mato, mal cuidado, mal iluminado…
    Só maconheiro quer a pontas das canas como está.

    Sério galera.
    Vocês precisam estudar mais, se qualificar para o mercado de trabalho… oferecer algo que a região precise. Aí vocês terão dinheiro suficiente para criarem seus filhos, comprar um terreno, alugar caro pra turista, etc…

    Querem plantar? Vão usar terras do continente, que não tenham as belezas naturais da região. Lá é mais barato.

    Ou simplesmente deixem de ser sábados querendo aplicar um golpe nos desavisados.

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