Como sementes saudáveis são as crianças em luta

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Jornada Sem Terrinha cobra do poder público por alimentação saudável nas escolas e pelo direito de uma produção orgânica no campo.

Alimentação saudável e liberdade aos povos do mundo são reivindicações de crianças por todo o país

SEMENTE DA AGROECOLOGIA

“O rio que nasce na serra corre pela Serra semeia a vida
Semeia, plantas que cobre a serra
que acorda os pássaros que festejam o verde
o verde vibra ao tocar da brisa. A eterna chuva rega a semente,
a semente que nasce, verdeja o vale
o vale que cresce a grama, que alimenta a vaca
a vaca que produz a vida
a vida que morreria,
morreria um dia, que semeei a semente
que semeia a vida e seria floresta
floresta que é agroflorestal,
que seria  alimentação!
Lá vai a alimentação
correndo pela Serra
descendo a serra semeando luz,
exclamando, cantando ao som dos ventos;
viverei nos olhos dessa gente,
dos guardiãs das sementes,
dos guardiões da bio diversidade
verdejais  os vales;
verdejais a serra
frutificai a terra
plantai a agroecologia!”

(Antônio de Miranda)*

Por todo o planeta, as crianças são as herdeiras de um futuro que é consolidado no agora: se beneficiadas ou condenadas dependerá do modelo de vida e produção. Elas são sujeitos de direitos os mais variados, mas ao mesmo tempo, junto à mulheres em todo o globo, a parte da população que mais sofre com a negação destes. É por estes direitos que os Sem Terrinha no Brasil se somam às crianças de todo o mundo.

“Os Sem Terrinha se mobilizam em luta para pautar na sociedade, nas secretarias de educação, nos ministérios públicos esse direito de uma alimentação saudável nas escolas e do direito de uma produção orgânica no campo e que nenhum direito seja negado”, relata Diana Daros, do coletivo do Setor de Educação do MST.

Durante a Jornada Sem Terrinha são cobrados do poder público a efetivação desses direitos no dia a dia das crianças, como a compra de merenda escolar orgânica.

As próprias crianças nos assentamentos e acampamentos vivem a esperança de um futuro mais saudável, principalmente em relação a sua alimentação. São os guardiões de nascentes, de flora e fauna, trazem o aprendizado da agroecologia para as famílias, tudo isso estimula e inspira um novo cenário de cuidado com o meio ambiente. “São verdadeiras sementes deste cuidado e da luta por estes direitos universais”, afirma Diana.

Para levar o debate da alimentação saudável, dos direitos universais das crianças e de políticas estruturantes para as escolas e comunidades rurais onde vivem, os Sem Terrinha organizam encontros na maioria dos estados. São esperadas atividades a partir da semana se 12/10 em 14 estados, como Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Pará, Piauí, Paraná, Bahia, Alagoas, Maranhão, Espírito Santo e Distrito Federal.

Também sensibilizando as crianças sobre os temas da Jornada, foi lançada uma Revista Sem Terrinha Especial, que aborda o tema da crise dos refugiados, particularmente das crianças afetadas na Síria com a guerra, além da discussão sobre agroecologia no cotidiano dos assentamentos e acampamentos. Confira RevistaSemTerrinha na íntegra.

* Poema em trecho da Revista Sem Terrinha Especial 2016

Fonte: MST.

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