Comissão de Direitos Humanos acionará Ministério Público por comunidade incendiada

Foto: Reprodução Pixabay.

Por Ana Carolina Caldas.

Na segunda, 10, a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Paraná ouviu moradores da Ocupação 29 de março, atingida por um incêndio na última sexta feira. Organizada pelo presidente da comissão, o deputado Tadeu Veneri (PT), o objetivo da reunião foi organizar ações para auxiliar aos moradores.

Estiveram presentes também os deputados Professor Lemos e Péricles Holleben, PT, representantes dos mandatos dos vereadores Goura (PDT) e Josete (PT) e de outros partidos como PCdoB, Psol e movimentos sociais.

A intervenção truculenta da polícia foi o assunto que permeou os depoimentos. Alguns relatos de moradores mencionaram que a polícia não possuía qualquer mandado para a ação dentro das casas e que dificuldades foram criadas para o trabalho dos bombeiros na hora de apagar o incêndio. No sábado, a reportagem do Brasil de Fato também ouviu dezenas de moradores que relataram agressões e torturas por parte da polícia.

A Polícia Militar passou o dia (sexta feira) agindo de forma repressiva na Ocupação 29 de março, no CIC, em Curitiba. Isso se deu logo após a morte de um policial nas proximidades na madrugada anterior. À noite, foi ateado fogo que se alastrou queimando mais de 200 casas e fazendo feridos.

Deliberações

O deputado Tadeu Veneri informou ao final da reunião que o Ministério Público (MP) será acionado para apurar os responsáveis pelo incêndio criminoso e pela morte do policial. “Essa reunião teve o objetivo de reunir informações e algumas deliberações já serão encaminhadas. Uma delas será a provocação ao MP para que formalmente instaure procedimento de investigação sobre todo o ocorrido, desde a morte do policial e toda a violência crescente após esse episódio até o incêndio. Além disso, ainda existem muitas pessoas com medo, que são testemunhas e precisam de algum tipo de proteção legal.“

Dr. Rosinha, presidente do PT Paraná, presente na reunião, disse que estará empenhado em pedir que as autoridades do Estado se pronunciem e se envolvam no caso. “É preciso pedir que isso tudo seja investigado, que se puna o assassino do policial morto. Ao mesmo tempo, condenamos o comportamento de policiais que invadiram casas, agredindo moradores. Cabe à governadora do Estado estar à frente de todo esse processo de investigação. É urgente que esse posicionamento aconteça.”

Comitê será formado para ajudar na reconstrução

Durante a reunião, representantes de partidos e movimentos sociais apresentaram a proposta da formação de um comitê amplo para auxiliar os moradores na reconstrução das casas, doações e também na pressão política junto às autoridades. Uma reunião acontecerá no próximo dia 12, em local a ser definido.

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