Com recorde de desemprego, crise pode piorar com avanço da covid-19

“Enquanto não controlarmos a pandemia, não vamos gerar empregos”, aponta diretor técnico do Dieese

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

O Brasil atingiu uma nova marca negativa e bateu recorde de desemprego, com 14,272 milhões de pessoas sem ocupação, de acordo com dados divulgados pelo IBGE na quarta-feira (31). No cenário atual, no qual a pandemia de covid-19 avança, a crise no mercado de trabalho deve se agravar ainda mais.

“Janeiro era um mês com os números da pandemia ainda menores. Então, com a situação atual, os números vão piorar ainda mais. Quem está vivendo a realidade do país sabe a necessidade do auxílio emergencial porque houve perda de renda e emprego. É muito difícil imaginar o mercado de trabalho reagindo antes de se controlar a pandemia”, afirmou o diretor-técnico do Dieese, Fausto Augusto Júnior, em entrevista a Glauco Faria, no Jornal Brasil Atual desta quinta-feira (1º).

‘População tem que voltar a trabalhar’

Ainda ontem, o presidente Jair Bolsonaro voltou a reclamar das medidas de lockdown tomadas por prefeitos e governadores para conter o número de contágios e mortes decorrentes da covid-19. “A população brasileira tem que voltar a trabalhar”, disse.

Entretanto, Fausto lembra que as pessoas nunca deixaram de trabalhar e não há condições para que os desempregados voltem ao mercado de trabalho. “Enquanto não controlarmos a pandemia, não vamos gerar empregos”, afirmou o diretor técnico do Dieese.

Diante do recorde de desemprego, Bolsonaro disse também que não vai aumentar o valor do auxílio emergencial, que hoje varia entre R$ 150 e R$ 375. “O benefício é uma tentativa de mitigar o problema e colaborar para que as pessoas fiquem em casa, diminuindo a contaminação e controlando a pandemia. A aposta do governo de colocar a vida em conflito com a economia está errada.”

Outro ponto levantado por Fausto Augusto Junior, que deve dificultar qualquer tentativa de retomada econômica, é a queda no rendimento da população, aliada à alta da inflação de alimentos. “A diferença entre o que o sujeito recebe e o preço do supermercado aumentou. Enquanto os preços dos itens básicos sobem, os mais pobres estão comprando menos”, criticou.

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