Colonização mental ocidental é contínua contra África

Foto: Folha 8
O mundo… parou! A minha “topografia-umbilical”, qual mundo, orgulhosamente, de utopia, carrega hoje, mais do que ontem, vergonha incontida, face à nossa coletiva omissão, inação ou voto depositado, na maioria das vezes, ingenuamente, a favor de uma casta governante, incompetente, ditatorial, corrupta, malfeitora e assassina, cujo “mérito” é a criminosa liderança de países africanos e subdesenvolvidos, para o abismo sub-humano, superando os índices do colonizador.

 

Por William Tonet.

A COVID-19 está aí, como prova acabada… O MPLA/atual, infelizmente, não se distingue, dos demais, pelo contrário… Estes falsos revolucionários, no período colonial, efusivamente, blasfemavam os opressores colonialistas, visando mobilizar os cidadãos autóctones, para a luta de libertação, mas, alcandorados ao poder, logo destapam o seu carácter perverso.

Na primeira esquina, nomeiam os antigos opressores, como gestores dos milhões e milhões de dólares, ilicitamente, delapidados do erário público, enviados e domiciliados nos dourados paraísos das metrópoles ocidentais.

O MPLA/atual, desgraçadamente, sabe disso, como ninguém, teimando em não abandonar uma seletiva e dantesca lista neocolonial!

Os revolucionários, ditos proletários subvertendo a ideologia de esquerda, converteram-se em proprietários vorazes, sem compromisso com o fim do analfabetismo, nem vislumbrando a realização de obras, para o bem comum: educação, saúde, saneamento básico, água, luz, pão, emprego, diploma de equidade, liberdades, justiça, participação plena na vida pública e democrática dos cidadãos, cônscios de ser ilícito delapidar ou roubar património público e do Estado.

O MPLA/atual e o executivo angolano, 45 anos depois de proclamada a independência, sabem o que isso é, pois andando pelas avenidas mentais e reais do antes e depois, verifica-se uma estranha opção, pelo pior lado de gestão da coisa pública. Não há um laboratório, uma fábrica de medicamentos, centros de medicina tradicional e hospitais públicos dignos desse nome.

Os poços de petróleo, ao invés de gerarem riqueza pública, alimentam uma elite endinheirada, que esbanja a granel dinheiro público, sem criar emprego e desenvolvimento económico, mas exércitos de pobreza, delinquência, desemprego e prostituição.

O ADN do MPLA/atual conhece, nas entrelinhas, este cenário!

O Presidente da República, João Lourenço, disse, em Outubro, ter havido necessidade de abrandar os investimentos financeiros, no sector produtivo, para aplicá-los no programa do COVID-19. Verdade ou mentira, o dito, teima em não farfalhar a realidade.

Até hoje, o executivo, não conseguiu fornecer, ao cidadão, nem uma máscara de folha de bananeira, como fizeram os executivos de muitos países, onde nem sequer jorra petróleo.

A NOVA COLONIZAÇÃO

A vacina, da COVID-19, fabricada em tempo recorde, na Europa e Estados Unidos, menos de um ano depois da pandemia, vai “colonizar” o resto dos países do globo, através dos laboratórios certificados, pela indústria farmacêutica ocidental e da OMS e, pasme-se, aplaudida, pelos líderes de África, América Latina e Médio Oriente, indiferentes à não certificação dos laboratórios e estudos dos seus especialistas. É triste, pois deveriam, os líderes destes países, fazer, desta crise, uma rampa de afirmação dos cientistas, universidades e tecnologia dos países subdesenvolvidos, para combater, epidemias ou pandemias, que invadam as suas fronteiras…

Infelizmente, já não há líderes.

Os dirigentes do executivo de Angola são complexados e, muitas vezes, não têm orgulho de ser pertença deste torrão identitário, de tal forma que se afastam dos especialistas e laboratórios africanos, trocando, por exemplo, o bom da África do Sul, pelo ruim da América.

Para os verdadeiros democratas, angolanos, africanos, europeus, latino-americanos, muçulmanos e americanos é humilhante escrutinar sentimento de verdadeira humanidade, de países da Europa e Estados Unidos, quando se mostram indiferentes a mortalidade diária de milhares e milhares de africanos, latino americanos e muçulmanos, por malária, diarreias agudas, paludismo, doenças do sono, etc..

O MPLA e o seu executivo sabem, como ninguém, a força da insensibilidade governativa e falta de mobilização financeira, junto das grandes corporações: OMS, Fundo Monetário Internacional e Banco Mundial, acções de nobreza junto das populações, para estancar os altos índices de mortalidade infantil, derivada da falta de condições clínicas e fármacos suficientes.

É coincidência? Não!

Uma grande maioria de dirigentes, comporta-se como autênticos neocolonialistas, complexados, antipatriotas, substitutos dos colonialistas ocidentais e, tal como estes, indiferentes à mortalidade, em grande escala, dos respectivos povos, por, caricatamente, estarem concentrados, apenas, na multiplicação irracional das suas ilícitas contas bancárias, principescamente, alojadas no… ocidente.

O MPLA/atual sabe as razões dos seus dirigentes amarem mais o dinheiro ilícito do que os seus povos, muitos a viver pior, do que no período colonial. O tempo tem estado a demonstrar serem parte de uma escória, da pior estirpe, que deveria ser “banida” do poder e levados a julgamento, pelo cometimento de crimes hediondos, pela forma miserável como deixam morrer as populações, enquanto vivem como nababos, milionários.

“É DOS PRETOS, AFRICANOS”!

“Vocês, os pretos africanos, quando chegam ao poder, pensam, eternamente, nas vaidades individuais e endeusamento dos chefes, piorando a vida dos povos e do desenvolvimento”, disse, ausente do tabuleiro do xadrez, Hanz Slitzer, um conhecido político alemão, ao tentar convencer-me de ser uma fatalidade a condição em que se encontra a maioria do continente, apontando exceções, para algumas parcelas, como a África do Sul, “por terem sido, ou ainda se manterem, muitas regiões, governadas por brancos”.

Protesto!

Eu sou preto, africano, Bantu, culturalmente assumido, defensor das raízes tradicionais, das línguas angolanas, da matriz da identidade e comunicabilidade dos húmus libertários e não penso assim, não ajo, como estes incompetentes e complexados líderes.

Eu acredito, na capacidade de, por exemplo, afastada a erva daninha, em cinco anos, muitos intelectuais, verdadeiros compatriotas, poderem(os) mudar este quadro putrefacto de governação.

A primeira medida seria proclamar uma independência plural, com a participação plena de todos actores angolanos, promulgando as liberdades de imprensa e expressão, o princípio da equidade, o financiamento público obrigatório da educação, até ao ensino universitário, com base nos royalites do petróleo e mineiros.

Eu, não penso, nunca pensarei, enquanto preto, angolano, africano e bantu, em viver para não servir como estes energúmenos, que governam vários países e, por muito que custe, a uns tantos racistas incubados, o meu primo, branco, africano, com olfacto do nosso torrão identitário, também, não pensa assim, numa clara demonstração de não estar em causa a raça, a cor, mas a consciência, a sensibilidade e o orgulho de servir a comunidade com parcimónia.

O problema não é a cor mas a consciência subdesenvolvida, transversal a todas as raças, como podemos verificar numa série de portos.

Donald Trump, não é preto, nem africano, mas tem mente subdesenvolvida e, tivesse nascido num país com instituições fracas e nunca sairia do poder. Mais, Trump só se pode queixar de si mesmo, por não fazer um segundo mandato, ao ter prescindido e subestimado a “valiosa contribuição” da CNE (Comissão Nacional Eleitoral) de Angola, a maior instituição do mundo, talhada na prática da fraude eleitoral (humor natalino).

O presidente Erdogan, na Turquia, que para se manter no poder, não teve pejo, de forjar um golpe de Estado, prender e assassinar a oposição; Vladmir Putin, na Rússia, igualmente, envenena, prende, assassina e altera a Constituição para se eternizar no poder, têm mentalidade subdesenvolvida, não são pretos, nem africanos, mas subdesenvolvidos…

Estas mentes, na maioria das vezes, têm escolaridade, noção da ciência, mas a miopia mental rasca, leva-os ao cometimento de crimes em série, infelizmente, mais em África, por a maioria dos Estados ter optado por chefes fortes, ao invés de órgãos e instituições do Estado, fortes, imparciais e independentes.

Angola, para nossa desgraça coletiva, navega, desde 1975, no rio MPLA, que implantou, pela força das armas, instituições e órgãos de Estado, fracos, parciais, partidários e inexistentes, onde impera apenas a cultura da força do chefe, que reúne, pasme-se, mais poderes que os presidentes americano e russo, detentores de bombas nucleares.

A boçalidade do poder legislativo, transformado num teatro de fantoches, onde os deputados se esmeram na aprovação do absurdo e do sistema judicial e judiciário, cujos juízes, foram convertidos e promovidos a sargentos de toga preta, com missão de defender o chefe e condenar os seus adversários e inimigos, demonstra o tamanho que se terá de percorrer, na avenida da libertação.

A COVID-19 pode ser o farol, para o despertar de consciências, em Angola e nos restantes países subdesenvolvidos. Esta é a hora da união, a hora da nova aurora, não só para um BASTA à ditadura nas lideranças africanas, como na supremacia ocidental de continuar a impor a sua autoridade, face ao controlo absoluto das grandes instituições mundiais: ONU, OMS, FMI, BM, etc..

O ocidente com a produção desta vacina, em tempo recorde demonstra força, monitorização do mundo, só refreado, face ao poderio da Rússia e da China, que decidiram colocar-se no mesmo pedestal, enquanto a África, a América Latina, o Médio Oriente, continuam impotentes e dependentes.

Houvesse lideranças fortes e nacionalistas (Nelson Mandela, Thomas Shankara, Lula da Silva) e, seria, também, a hora de afirmação dos BRIC’s (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), mobilizarem os seus experts clínicos e biólogos, para a criação de um grande laboratório comum, para a produção da “BRIC’sVacina” e, melhor atenderem à saúde e sobrevivência dos respectivos povos.

Mas para nossa desgraça colectiva, no pico da COVID-19, quando se devia subvencionar, o essencial, para o seu combate: COMIDA e ÁGUA, o Titular do Poder Executivo e a sua equipa, “luciferamente” aumentam os preços dos produtos da cesta básica e diminuem o das bebidas alcoólicas em 11%.

Oko, o diabo manda em Angola.

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