Coalizão conservadora vence as eleições legislativas de Portugal

A coalizão de centro-direita Portugal à Frente (PàF), liderada pelo atual primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, venceu as eleições legislativas neste domingo (04/10) em Portugal. Ainda não se sabe, contudo, se obterá maioria absoluta para formar governo.

Formada pelo Partido Social Democrata (PSD) e o Partido Popular (CDS-PP), ambos de centro-direita, a coalizão conquistou 39,5% dos votos, com 85% das urnas apuradas, frente 31,8% dos votos obtidos pelo Partido Socialista, liderado pelo ex-prefeito de Lisboa António Costa.

Em terceiro lugar está o Bloco de Esquerda (BE), que regista 8,9% dos votos e, em seguida, a Coligação Democrática Unitária (CDU) — aliança entre os partidos Comunista e Ecologista — que conta com 7,1%

Os colégios eleitorais fecharam as portas às 20h locais (16h de Brasília). Mais de 9,6 milhões de cidadãos foram convocados às urnas para escolher os 230 deputados do novo Parlamento português, chamado de Assembleia da República.

EFE

O secretário-geral do Partido Comunista de Portugal, Jerónimo de Sousa, votou nesta tarde

No pleito, o número de abstenções foi de 44,7%, um recorde na história do país. No Brasil, segundo Opera Mundi apurou, muitos eleitores com cidadania portuguesa não receberam a correspondência do governo de Portugal com a cédula eleitoral para ser postada no Correio. Para o presidente da Comissão Nacional Eleitoral, Jorge Miguéis, o não recebimento das cartas se deve à greve dos Correios que ocorreu no Brasil.

As eleições legislativas ocorrem a cada quatro anos em Portugal. No pleito de 2011 foram vencidas pelo PSD com 38,66% dos votos, seguido por PS (28,05%). Na ocasião, a coalizão de comunistas e ecologistas conquistou 7,90%.

EFE

Catarina Martins, líder do Bloco de Esquerda: sua legenda teve desempenho melhor neste pleito em relação a 2011

Austeridade novamente

Esta é a primeira vez que um governo da zona do euro que implementou medidas de austeridade irá se reeleger desde a crise de 2008. Assim como a Grécia e a Irlanda, Portugal foi um dos países que cortou benefícios sociais e aumentou impostos em troca de um pacote de resgate econômico.

Desde 2011 no cargo, Passos Coelho elevou os impostos e cortou gastos como pensões, salários e investimentos em saúde e educação. Durante seu mandato, o premiê enfrentou protestos e baixa popularidade. Atualmente, a dívida pública portuguesa corresponde a 130% do PIB (Produto Interno Bruto) do país, em contraste com 111% há quatro anos.

Recentemente, a economia de Portugal mostrou alguns sinais de recuperação: o desemprego está no nível mais baixo (12,4%) desde o início de 2011 e o PIB do segundo trimestre cresceu 1,5% em relação ao mesmo período do ano passado.

Foto de capa: Passos Coelho: Novo ciclo de austeridade é aguardado no país. EFE,

Fonte: Opera Mundi.

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