Clube do livro Floriterárias reúne mulheres recifenses para lerem juntas

O encontro de abril do Floriterárias reuniu cerca de 40 mulheres para discutir a biografia de Maria Bonita escrita por Adriana Negreiros / Fernandes Vieira

Há três anos, Anita Presbítero e Luciana Marques sentiram a necessidade de compartilhar ideias, pontos de vista e o amor pelas histórias contadas nos livros. Numa conversa informal, surgiu a ideia de montar um clube de leitura. Hoje, o Floriterárias é um grupo que reúne dezenas de mulheres da Região Metropolitana do Recife para ler e debater temáticas levantadas pelas leituras e sua relação com a realidade.

Antes, os encontros eram esporádicos, combinados num grupo virtual entre as integrantes, já que apenas mulheres participam dos encontros. A proposta era ter um espaço para compartilhar experiências e inquietações provocadas pela leitura. Hoje, eles são itinerantes e acontecem mensalmente. A sugestão das leituras pode ser feita por qualquer pessoa e homens escritores também são lidos, já que o foco é estimular a leitura crítica e a fala das mulheres nos espaços de troca de ideias, como afirma Luciana “Os livros podem ser de autoras e autores, mas no encontro só mulheres, para que elas se expressem, para que não se sintam intimidadas com a fala. É um ambiente para leitoras”.

Definida a leitura do mês, elas veem a disponibilidade do livro em sebos, sites e livrarias, além de organizar o local dos encontros. “Durante a escolha dos livros, a gente tem que ver se ele é vendido, porque ás vezes ele é famoso e pode estar esgotado. Então nós procuramos, vemos o valor, fazemos parceria para ter descontos e facilitar a vida das leitoras. As pessoas pensam que clube de livro é fácil, mas não é, nós temos todos os cuidados”. Nesses três anos, já foram lidas autoras como Adriana Negreiros, Carolina de Jesus, Patti Smith, Clarice Lispector e Ezter Liu, além de Raimundo Carrero, Jorge Amado, Mia Couto e Geovani Martins.

Nas redes sociais do clube, há diversos relatos de mulheres que passaram a ler mais, conheceram novos gêneros e autores, passaram a falar em público sem medo, aperfeiçoaram a prática da leitura e estabeleceram laços com outras mulheres leitoras. Também é possível pegar várias recomendações de leitura no Instagram do clube, que também divulga os encontros. “É muito bom estar num espaço onde só há mulheres, sendo acolhida, acolhendo, sem medo. Quando iniciamos o grupo eu estava fragilizada, hoje empoderada, e isso veio muito do grupo. Estou muito feliz em dizer que sou uma mulher leitora. A partir do grupo consigo acompanhar o livro do mês e me sinto instigada a leituras paralelas” relata a psicóloga Helena Andrade, que participa do Floriterárias desde 2016.

Para Luciana, o mais importante não é apenas o crescimento do grupo, mas das iniciativas que surgem a partir dele “O grupo vai crescendo. Tem gente que vem, para um tempo, voltam, não é algo constante, mas tem um grupo que sempre vem. Nosso último encontro reuniu 40 mulheres. O que deixa a gente mais feliz é ver as mulheres voltando diferentes. Elas chegam quietinhas, tímidas e depois já estão falando, participam de outros grupos, formam grupos também. Isso é muito gratificante”, ressalta.

O encontro do mês de maio já tem data marcada. No sábado, dia 25, as mulheres se reúnem para ler três obras do poeta recifense Miró da Muribeca: “Miró até agora” “aDeus” e “O penúltimo olhar sobre as coisas”. A conversa inicia às 14h, mas ainda não tem local definido. Quem quiser acompanhar as atividades do clube pode entrar em contato pelo Instagram @floriterárias ou pelo email [email protected].

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