Por Coletivo de Comunicação da Bahia.
Na manhã de terça- feira(11), cerca de 80 famílias oriundas da reforma agrária que estavam acampadas no acampamento Mãe Terra, localizada no município de Boa Vista do Tupim, na Chapada Diamantina, sofreram despejo. Anteriormente chamada de Santa Fé, a fazenda foi ocupada em 2011 pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) que, em conjunto com a Coordenação de Desenvolvimento Agrário (CDA), começaram o processo de compra e venda da fazenda.
Oito anos depois, a CDA já havia descriminado a área, os técnicos realizaram todo o cadastramento com as famílias e único procedimento que faltava era a avaliação dos técnicos da CDA sobre a terra, quando o dono da fazenda o senhor Antônio Carlos Martins Maia pediu reintegração de posse.
As famílias perderam toda a produção que girava em torno de mandioca, milho, abobora, amendoim, palma, mamona e quiabo, além de galinhas, porcos e cabras,Toda a produção alimentava também a cidade de Boa Vista do Tupim e os trabalhadores e trabalhadoras do campo lamentaram a forma desonrosa e mesquinha com a qual foram despejados.
“Foi difícil para a gente ter que ver nossas casas e barracos sendo queimados, tudo isso por causa de um capricho de um fazendeiro. Nossos sonhos não tem validade para essa gente”
Em fevereiro desse ano, para pressionar a saída dos acampados, o proprietário da fazenda se juntou à policia e conduziram dois companheiros para a delegacia com a finalidade de criminalização dos acampados e do MST. Os acampados foram liberados a tarde e foi frustrada a tentativa. Atualmente as famílias se encontram em outro espaço, mas ainda reivindicam muito a perda do direito de trabalhar no acampamento Mãe Terra.
Editado por Fernanda Alcântara.
