Centrais sindicais protestam contra ministro do Trabalho de Temer em conferência da OIT na Suíça

Durante fala de Ronaldo Nogueira em evento, sindicalistas vestiram camisetas e ergueram cartazes para denunciar golpe no Brasil

Centrais sindicais fizeram um protesto nesta quarta-feira (08/06) contra o ministro do Trabalho do governo interino de Michel Temer, Ronaldo Nogueira, durante a conferência anual da OIT (Organização Internacional do Trabalho) em Genebra, na Suíça.

No momento em que Nogueira subiu ao plenário, sindicalistas de diversos países ergueram cartazes e vestiram camisetas com inscrições em diferentes idiomas para denunciar o golpe que afastou a presidente Dilma Rousseff da Presidência da República. O protesto foi liderado pela CUT (Central Única dos Trabalhadores).
A fala do ministro foi interrompida duas vezes devido aos gritos que o chamavam de “golpista” e “fascista”. Por insistência da segurança, os manifestantes se retiraram do salão.

Ao retomar seu discurso, Nogueira disse que o Brasil tinha uma democracia “consolidada” e que “ninguém estava acima da lei”. Ele afirmou também que os direitos trabalhistas não seriam revogados com a troca do Executivo.
Segundo o jornal O Estado de São Paulo, a diplomacia brasileira em Genebra solicitou reforço da segurança para a possibilidade de que haja novos protestos.

A manifestação contra Nogueira foi a primeira de um ministro do governo Temer no exterior durante um evento oficial e em meio a seu discurso. Em maio, o chanceler interino José Serra havia sido hostilizado ao chegar à embaixada brasileira em Buenos Aires.

O afastamento de Dilma foi alvo de diversas manifestações na 105ª Conferência da OIT. Na segunda-feira (06/06) pela manhã, sindicalistas da Venezuela durante uma reunião acusaram Michel Temer de ter promovido um golpe de Estado.

Pela tarde, o presidente da Federação Mundial de Sindicatos, o grego George Mavikros, referiu-se aos membros do governo interino do Brasil como “fascistas”. A diplomacia brasileira pediu direito de resposta, mas foi vaiada quando começou a falar.

No mesmo dia, a CUT, com apoio da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) e de entidades sindicalistas internacionais, promoveu em Genebra um ato para denunciar o golpe em curso no país na Unia, o maior sindicato do país.

Na sexta (03/06), um membro da diplomacia brasileira foi hostilizado por sindicalistas durante uma sessão após rebater a observação de um venezuelano sobre a ocorrência de um golpe no Brasil. Por ter feito um comentário fora da pauta da reunião, o diplomata brasileiro foi advertido pela presidente da sessão, Cecilia Mulindeti-Kamanga, e perdeu o direito a pronunciamento.

Foto: Divulgação/CUT

Fonte: Opera Mundi

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