Carta de Manuel Zelaya à Assembléia da Frente

Português/Espanhol

Por José Manuel Zelaya Rosales.

Santo Domingo, 23 de fevereiro de 2011

Companheiros e Companheiras

Delegados à Assembléia Nacional

Frente Nacional de Resistência Popular

Povo Hondurenho na Resistência

 

A poucas horas de dar início ao evento mais importante na história política hondurenha, desde a formação dos partidos políticos tradicionais, a todos os membros da FNRP lhes convoco a impulsionar um movimento de libertação nacional, baseado em princípios e idéias revolucionárias, pró-socialistas, para construir uma nova sociedade.

 

É importante saber que a minha presença física segue sendo obstaculizada pelos planos estratégicos de expansão do império, que são os mesmo que ditaram minha saída abrupta da administração do estado, utilizando aqueles traidores da pátria, que nos últimos cinqüenta anos governaram sem decoro, sem ética e sem moral.

A cada dia que passa, se por um lado é verdade que entramos em água mais turvas, devemos ter confiança que a resistência segue consolidando a consciência nacional, que se apóia na unidade, no conhecimento, as idéias e a construção do pensamento popular, estas são as armas para unir esta assembléia do povo que se liberta.

Desde seu nascimento, a frente é uma organização política, por definição, democrática inclusiva e livre, isto se deve reafirmar, evitando a “terrível” possibilidade de que se converta nesta assembléia num “novo” partido tradicional e que esta discussão nos beire a atuar com um deles.

Não devemos repetir a mesma história de velhos partidos “emergentes”, que assumiram as práticas viciosas dos partidos tradicionais e terminaram atuando de pior forma que estes. O mesmo poderia acontecer se aceitássemos sem refletir a colocação de entrar de boa fé de entrar já no âmbito eleitoral.

Não considero estranha esta posição, pois como a sociedade tendemos a reproduzir os padrões que segue a classe dominante; o complicado do reto é construir um processo novo.

Os processos eleitorais em qualquer sociedade latino-americana são virtualmente inevitáveis para os povos em vias de libertação; nós não somos a exceção, mas, isso não deve se tomar como uma obrigação, senão como mais uma missão. Está claro que neste momento nossa participação em eleições teria efeitos mais destrutivos que positivos; não existem condições, e o controle dos golpistas sobre todos os organismos de aplicação de justiça, faz inviável por agora esta possibilidade. No entanto, a realidade é dinâmica e as conjunturas podem mudar e estas nos obrigam, às vezes, de maneira súbita, a tomar decisões transcendentais. Não estarmos prontos não quer dizer que devemos estar imóveis; ao contrário, nos obriga a levarmos nossa luta em níveis de ação organizada para exigirmos e pressionarmos até que as condições sejam as que requeremos.

A Frente Nacional de Resistência Popular como uma entidade Política, deve continuar a intensa tarefa de organização, formação e mobilização em todas as unidades geográficas do país; desde o casario até o nível nacional; necessitamos de aproximadamente 25 mil diretorias para estarmos prontos: nenhuma mudança é possível se o povo não está organizado.

Há que considerar que dentro da frente, existimos homens e mulheres decididos a lutar com tudo e a arriscar tudo; não percamos a oportunidade abrindo desde este momento competências estéreis entre nós.

O avanço implacável do neoliberalismo em nosso país, as violações aos direitos humanos, a mutilação das conquistas sociais dos professores, operários, camponeses e indígenas, nos demonstram que nessa matéria temos regredido muitos anos, especialmente com a reaparição de práticas do crime político que se remontam aos anos oitenta. Não podemos seguir esperando que alguém mais faça justiça por nós; devemos exigir agora mesmo o desmantelamento de todo o aparelho que encobre os grupos paramilitares e o sistema administrador de justiça, não só pela sua cumplicidade no crime do golpe de estado, senão pela sua complacente atitude perante os verdugos do povo. Isto só o conseguiremos com a ação permanente da pressão popular.

Aos grupos que atuam como um cão sedento de sangue e insaciável em seus desejos de torturar, assim com a impunidade e a indefensão na qual nos encontramos devemos denunciá-los de forma cotidiana, em nível nacional e internacional, não podemos deixar esta imensa carga a um grupo de defensores de direitos humanos que a cada dia tem mais trabalho, devido à impunidade com que atuam os assassinos. Defender-nos é uma tarefa de todos e desafiar o sistema opressor de justiça é uma forma legítima de nos proteger.

A missão é nos fortalecer e abrir tantas frentes de luta, por nossas demandas, como seja possível, não dar trégua; do mesmo modo que eles são implacáveis, nós devemos demonstrar que somos invencíveis.

A auto-convocatória constituinte é uma proposta que formulamos desde o mês de agosto de 2010, e devemos avançar nela até elaborar a nova constituição onde estejam todos os nossos direitos soberanos.

É imperativo demandar que se faça um uso transparente das figuras de referendo e plebiscito o mais breve possível; com isso mobilizamos o povo, o organizamos e encurralamos o inimigo em sua própria tocaia.

Queremos uma sociedade livre que respeite o direito de propriedade, mas, que esse direito particular não esteja por cima do direito coletivo. Queremos que os cidadãos estejam por cima do mercado, e que o bem-estar seja o propósito da sociedade. Honduras não é uma propriedade privada, inscrita no registro mercantil a nome de umas poucas famílias que se acreditam donas do patrimônio nacional.

Os que sentem nesta luta que isto não corresponde às suas expectativas, deveriam considerar seriamente a possibilidade de que estão no lado errado.

Compatriotas, também não é acreditando-nos mais revolucionários do que os outros que construímos a nova Honduras; é reconhecendo o revolucionário que há em cada resistente, das diferentes forças políticas e sociais na resistência – liberais UD –  que integramos a frente.

Exigir a restauração do Estado democrático, o fim da impunidade pelos crimes de lesa humanidade, e a convocatória a uma Assembléia Nacional Constituinte ampla, inclusiva, justa, soberana e originária é uma missão na qual não podemos regredir.

Depois de quase dois anos que fomos expulsos violentamente da nossa terra, igual que centenas de compatriotas, confiamos que esta assembléia seja um ato de esperança para a re-fundação de Honduras, e que cumpra sua missão de abundar em posições de unidade e práticas democráticas.

 

Resistimos e venceremos.

Versão em português: Raul Fitipaldi, para Desacato e Rede Popular Catarinense de Comunicação.

Carta de Manuel Zelaya a la Asamblea del FPNR

 

Por José Manuel Zelaya Rosales.

Santo Domingo, 23 de febrero de 2011

Compañeros Y Compañeras

Delegados a la Asamblea Nacional

Frente Nacional de Resistencia Popular

Pueblo Hondureño en Resistencia

 

 

A pocas horas de  dar inicio al evento más importante en la historia política hondureña, desde la formación de los partidos políticos tradicionales, a todos los miembros del FNRP les llamo a impulsar un movimiento de liberación nacional,  basado en principios e ideas revolucionarias, pro  socialistas,  para  construir una nueva sociedad.

Es importante saber que mi presencia física sigue siendo obstaculizada por los planes estratégicos de expansión del imperio, que son los  mismos  que dictaron  mi salida abrupta de la administración del estado, utilizando aquellos traidores de la  patria, que en los últimos cincuenta años gobernaron sin decoro, sin ética y sin moral.

Cada día que pasa, si bien es cierto entramos en aguas más turbulentas, debemos tener confianza que la resistencia sigue consolidando  la conciencia nacional, que se apoya en la unidad,  en el conocimiento, las ideas  y la construcción del  pensamiento popular; estas son  las armas para unir  esta asamblea del pueblo que se libera.

Desde su nacimiento, el frente es una organización política, por definición, democrática incluyente y libre, esto se debe reafirmar; evitando la “terrible” posibilidad de que se convierta en esta asamblea en un “nuevo” partido tradicional, y que esta discusión nos orille a actuar exactamente como uno de ellos.

No debemos  repetir la misma historia de viejos partidos “emergentes”, que asumieron las prácticas viciosas de los partidos tradicionales, y terminaron actuando de peor forma que estos. Lo mismo podría ocurrir si aceptáramos irreflexivamente  el planteamiento de buena fe de entrar ya en el ámbito electoral.

No considero extraña esta posición, pues como sociedad,  tendemos a reproducir los patrones que sigue la clase dominante;  lo complicado del reto es construir un proceso nuevo.

Los procesos electorales en cualquier sociedad latinoamericana son virtualmente ineludibles para los pueblos en vías de liberación; nosotros no somos la excepción, pero eso no debe tomarse como una obligación, sino como una misión más.  Está claro que en este momento nuestra participación en elecciones tendría efectos más destructivos que positivos; no existen condiciones, y el control de los golpistas sobre todos los organismos de aplicación de justicia, hacen inviable por ahora esta posibilidad. Sin embargo, la realidad es dinámica, y las coyunturas pueden cambiar y estas nos obligan, a veces, de manera súbita, a tomar decisiones trascendentales. No estar listos no quiere decir que debemos estar inmóviles; al contrario, nos obliga a llevar nuestra lucha a niveles de acción organizada para exigir y presionar hasta que las condiciones sean  las que requerimos.

El Frente Nacional de Resistencia Popular como una entidad Política, debe continuar la  intensa tarea de organización, formación y movilización en todas las unidades geográficas del país; desde el caserío hasta el nivel nacional; necesitamos aproximadamente 25 mil directivas para estar listos: ningún cambio es posible si el pueblo no está organizado.

Hay que considerar que dentro del frente, existimos hombres y mujeres decididos a luchar con todo y a arriesgarlo todo; no perdamos la oportunidad abriendo desde este momento competencias estériles entre nosotros.

El  avance implacable del neoliberalismo en nuestro país, las violaciones  a los derechos humanos la mutilación de  las conquistas sociales de  maestros, obreros campesinos e indígenas; nos demuestran que en   esa materia hemos retrocedido muchos años, especialmente con la reaparición  de prácticas del crimen político que se remontan a los años ochenta. No podemos seguir esperando que alguien más haga justicia por nosotros; debemos exigir ahora mismo el desmantelamiento de todo el aparato  que encubre los  grupos paramilitares y el sistema administrador de justicia, no solo por su complicidad en el crimen del golpe de estado, sino por su complaciente actitud frente de los verdugos del pueblo. Esto solo lo lograremos con la acción permanente de presión popular.

A los grupos que actúan como un perro sediento de sangre e insaciable en sus deseos de torturar;  así como la impunidad y la indefensión en que nos encontramos debemos denunciarlos en forma cotidiana, a nivel nacional e internacional, no podemos dejar esta inmensa carga a un grupo de defensores de derechos humanos que cada día tienen más trabajo, debido a la impunidad con que actúan los asesinos. Defendernos es una tarea de todos, y desafiar al sistema opresor de justicia es una forma legítima de protegernos.

La misión es fortalecernos  y abrir tantos frentes de lucha, por nuestras demandas, como sea posible, no dar tregua; del mismo modo que ellos son implacables, nosotros debemos demostrar que somos invencibles.

La auto convocatoria constituyente es una  propuesta que formulamos  desde el mes de agosto del 2010, y debemos avanzar en ella hasta elaborar la nueva constitución donde estén todos nuestros derechos soberanos.

Es  imperativo demandar  que se haga uso trasparente de las figuras de referendo y plebiscito a la mayor brevedad posible; con ello movilizamos el pueblo, lo organizamos y acorralamos al enemigo en su propia trampa.

Queremos  una sociedad libre que respete el derecho de propiedad pero que ese derecho particular no esté por encima  del derecho  colectivo. Queremos que los ciudadanos estén por encima del mercado, y el bienestar común sea el propósito de la sociedad.  Honduras no es una propiedad privada, inscrita en el registro mercantil a nombre de unas  pocas familias que se creen dueñas del patrimonio nacional.

Los que sienten en esta lucha  que esto no corresponde a sus expectativas, deberían considerar seriamente la posibilidad de que  están en el lado equivocado.

Compatriotas, tampoco  es creyéndonos más revolucionarios que otros que construimos la nueva Honduras; es reconociendo el revolucionario que hay en cada resistente, de las diferentes fuerzas políticas y sociales en resistencia -liberales UD – que integramos el frente.

Exigir la restauración del Estado democrático, el fin de la impunidad por los crímenes de lesa humanidad, y la convocatoria a una Asamblea Nacional Constituyente amplia, incluyente, justa, soberana y originaria es una misión en la que no podemos retroceder.

Después de  casi 2 dos años que fuimos expulsados violentamente de nuestra tierra   Igual que cientos de compatriotas, confiamos que esta asamblea sea un acto de esperanza para la refundación de Honduras, y que cumpla su misión de abundar en  posiciones de unidad y  prácticas democráticas.

 

Resistimos y venceremos.

 

José Manuel Zelaya Rosales

Coordinador General

 

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