Carta de fim de ano

Aos/às leitores, cooperados/as,  colegas, amigos/as e colaboradores, 

O fim de 2015 apresenta, para os que formamos parte do Portal Desacato, uma sensação contraditória. Se por um lado o veículo se consolidou depois de 8 anos ininterruptos de existência e aumentam constantemente os leitores e seguidores nas redes, não é menos verdadeiro que na derradeira do ano, a comunicação anticapitalista na Pátria Grande e no Brasil sofre ataques que não permitem esperar um 2016 tranquilo e tolerante por parte dos setores fascistas da sociedade.

A vitória da direita na Argentina e no parlamento venezuelano fará perder conquistas de unidade que foram obtidas no início do século XXI e que vinham sendo gestadas com a participação popular há mais de duas décadas. As consequências desse avanço intolerante e de corte fascistoide se percebem já na Argentina desde 10 de dezembro do ano que finda. Na Venezuela veremos o desmanche das conquistas a partir de 5 de janeiro do ano que começa.

No Brasil a questão é diferente, porque não se tinha avançado quase nada em matéria de comunicação, com exceção de algumas decisões no segundo mandato do Presidente Lula. Houve medo nos governos petistas e conformismo na categoria jornalística e na Classe Trabalhadora com a hegemonia nefasta da Globo, Veja, Folha de São Paulo e seus imitadores. Nesse cenário de aceitação e conformismo com a comunicação uniforme e mentirosa das elites, a violência grosseira, brutal, diária e ordinária contra os jornalistas de contracorrente, não cessa nem por uma semana no país.

Por isso os sentimentos com que chegamos ao epílogo do ano nos deparam um futuro certamente duro, onde muitas vezes a militância comunicacional e o jornalismo se encontrarão por força da necessidade e para construir brechas juntos.

Além de afirmarmos o Portal Desacato, como veículo pedagógico e formador de opinião, a partir da entrega da Outra Informação,  não descuidamos a trajetória, ainda incipiente, da nossa Cooperativa de Produção em Comunicação e Cultura, dirigida a trilhar conceitos como Mídia dos Trabalhadores a partir do serviço e da parceria em todas as áreas do jornalismo, da comunicação e da cultura.

Por outro lado, a militância jornalística ficou de manifesto a serviço dos leitores em várias oportunidades, das quais, por respeito ao esforço que cada jornalista fez, não faremos menção especial. Houve que se expor em 2015 e em 2016 a exposição será maior ainda.

O imenso e inesperado apoio que obteve a pequena nota de solidariedade com nossa companheira Cláudia Weinman, jovem e valente repórter do Portal, quando foi ameaçada, dias atrás, por causa de uma nota, demonstra a maturidade cívica de milhares de brasileiros enquanto à necessidade de serem reportados pela Outra Informação para fugir da verdade única uniformada por Globo, Veja, Folha de São Paulo e outros veículos das elites.

Comentários fascistas, dos quais reportamos dois apenas dos últimos dias, referindo-se à visão das elites sobre nossos irmão indígenas, minimamente publicáveis, demonstram as contradições e agressões que devemos superar em paz e com amor à tarefa, frente à onda de violência fascista que assola Brasil e América Latina:

Pithi Pessini Lugar de índio e nas aldeias deles e não na cidades.vcs q estão com pena deles dão um cômodo da casa de vcs p eles ficarem.Vcs não tem noção …..”

Alessandro Tiesca Pereira E mais… Vamos parar com esse discursinho de “500 anos” porque isso não cola mais… Quem não está contente… Que abdique da vida “burguesa” da esquerda e vá morar na Amazônia, no Pará ou até na PQP. Estou realmente cansado dessa lorota’.

Nesse Brasil discriminatório, ‘higienista’, excludente, racista, etnicista, machista, destruidor das espécies e da natureza, vivemos e informamos.

Nessa Pátria Grande lutamos pela Liberdade da Palavra, dos Povos e pela Defesa da Natureza e todos seus seres.

Nesse Brasil e nessa Pátria Grande, precisaremos fazer parte da construção de uma Rede de Jornalismo Solidário e Soberano na sua tarefa. Essa que não deixaremos de alicerçar, para bem dos invisíveis, os excluídos, os marginados e os perseguidos.

Pois, que venha 2016, estamos prontos e armados de Palavras, Imagens, Sons e Mensagens de amor contra a guerra das elites e dos poderosos. E assim estaremos até que a Vitória Popular se erga em todos os cantos da Mãe Terra.

Obrigado pela leitura, por acompanhar esta Casa Sempre em Obras, pela colaboração parceira e pela amizade.

Vamos juntos!

Florianópolis, Santo Domingo (República Dominicana) e La Coruña (Galícia),

Raul Fitipaldi – Cofundador do Portal Desacato e da CpCC

Tali Feld Gleiser – Diretora Geral do Portal Desacato

Rosângela Bion de Assis – Presidente da CpCC

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