Carta a Greta Thunberg, a pirralha que ama o Planeta. Por Elissandro Santana.

Por Elissandro Santana, para Desacato.info.

Sou um professor brasileiro, oprimido, nas entranhas, pela elite colonial, que acredita na transformação, mesmo em tempos tão medonhos como os que estamos enfrentando. Dito isto, saliento que, por ensinar linguagens, dentre outras áreas como educação ambiental, com propriedade, posso te dizer que pirralha é um adjetivo carinhoso, por isso, peço, por tudo que é mais sagrado, que se esqueça, se possível, da semântica que aquele que se diz representante da nação te cunhou esses dias.

Após o exposto, inicialmente, saiba que há algum tempo acompanho a tua luta e sei que ela é desprovida de egoísmo. No mais, você é o tipo de cidadã que o mundo precisa, com urgência. Você é uma guria com consciência planetária, sapiente de que tudo está em rede e a tua luta me serve de inspiração didático-científica. Diante dessa admiração, imploro todos os dias à Mãe Terra que te proteja dos seres vis lotados de ódio que assumem cadeiras estatais mundo a fora.

Quem dera muitos brasileiros, principalmente aqueles que votaram no atual presidente do país, entendessem o teu compromisso, que, para mim, é um sacerdócio de amor ou a consciência latente de que tudo que existe merece existir. Você é dona de uma ética biocêntrica que ilumina o planeta.

Minha cara, aliás, caríssima, o mundo seria diferente, justo, na base, se existissem outras como você, por isso, por favor, desconsidere o adjetivo melindroso de nosso (des)governo e, em absoluto, saiba que se preocupar com o que ele diz não vale a pena.

No mais, você representa o que de melhor o mundo possui, o futuro que queremos e precisamos – uma menina que, na flor da idade, descobriu o que muitos nunca aprendem em toda a vida na passagem por este planeta. Você é uma poesia nesta Terra devastada pelo consumo. Sem dúvida, é um dos grandes acertos da evolução da grande Mãe, Pachamama!

Por favor, lembre-se de que quem te adjetivou de pirralha nem sabia que este adjetivo possui campo semântico amplo, inclusive carinhoso, como exposto no início, e é nessa perspectiva que te vemos. Enfim, Greta, ou melhor, poesia da existência, diferente do brasileiro (com nome impronunciável, para mim, não por incompetência linguística, mas por uma questão de necessidade à minha saúde) que ocupa, no momento, a cadeira da Presidência, muitos, milhões, inclusive eu, neste país tão sofrido e explorado pela elite do atraso, te respeitam e agradecem aos Céus por tua vida.

Enfim, desconsidere qualquer vocábulo que não seja de carinho e receba todo o nosso amor.

Elissandro Santana é professor, membro do Grupo de Estudos da Teoria da Dependência – GETD, coordenado pela Professora Doutora Luisa Maria Nunes de Moura e Silva, revisor da Revista Latinoamérica, membro do Conselho Editorial da Revista Letrando, colunista da área socioambiental, latino-americanicista e tradutor do Portal Desacato.

A opinião do autor/a não necessariamente representa a opinião de Desacato.info.

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