Campus XVIII da UNEB em Eunápolis, Bahia, ocupado!

oucpa-unebPor Elissandro Santana, Porto Seguro, para Desacato.info.

As ocupações das universidades seguem firmes no Extremo Sul da Bahia. Dessa vez, quem aderiu ao movimento de protesto contra a PEC 241 ou 55 foi o Campus XVIII – Eunápolis, da Universidade do Estado da Bahia – Uneb.

Segundo informações de Flávio Prates, no dia 31 de outubro, deliberou-se em assembleia pela ocupação do Campus. Conforme os estudantes, a ocupação ocorre como resposta aos ataques proferidos pelo governo golpista contra os serviços públicos e, consequentemente, contra toda a sociedade.

Ontem, dia 02 de novembro, por meio de uma intersecção semiótica com o dia dos finados no Brasil, os ocupantes do campus fizeram um enterro simbólico com o objetivo de apresentarem à comunidade interna e externa à universidade uma crítica à morte da jovem democracia brasileira.

uneb-enterro-simbolico

Como a referida Emenda à Constituição ficou conhecida como PEC da morte, acredito que o enterro foi pensado a partir dessa semântica, ou seja, como ação que conduzirá o país ao abismo, pois, caso a proposta avance, e tem tudo para isso, haja vista que já foi aprovada pela Câmara dos Deputados e agora segue para o Senado, o governo congelará investimentos na área da saúde e da educação por vinte anos, desta forma, impossibilitando aos brasileiros de arrancarem esperança ao futuro.

Abaixo, é possível assistir ao enterro simbólico:

https://www.facebook.com/ocupaunebcampusxviii/

É oportuno pontuar que o movimento no campus da Uneb na cidade vizinha a Porto Seguro segue na luta contra os golpes do Presidente Temer no tangente à educação e ao futuro.

Por fim, para formalizar as críticas contra a PEC da morte e desmandos do governo Temer, os estudantes do Campus XVIII apresentaram a seguinte nota de repúdio:

Nota de Repúdio do Campus XVIII contra a PEC 241

Os discentes da Universidade do Estado da Bahia – Campus XVIII, vem a público manifestar repúdio contra a PEC 241/16 (agora 55) encaminhada ao Congresso Nacional pelo (des)governo de Michel Temer. Avaliamos que em tempos tão sombrios, nossa luta contra o golpe parlamentar e o retrocesso de direitos duramente conquistados se materializam no enfrentamento à Emenda Constitucional, portanto, pautamos a construção da unidade como elemento fundamental para a nossa sobrevivência. Sobretudo se tratando do Campus XVIII, uma universidade que se interiorizou e que enfrenta uma série de problemas com relação ao quadro de professores, a sede própria, ao investimento em pesquisas, em ensino e em extensão, problemas estes que ameaçam o funcionamento dos cursos e a dinâmica da própria instituição.

A PEC 241 prevê o congelamento nos investimentos sociais para os próximos 20 anos, estabelecendo uma ofensiva contra as garantias trabalhistas duramente conquistadas. Dentre os retrocessos, destacamos a diminuição de investimentos na saúde (4 bilhões em 2017 e 8 bilhões em 2018). O fim dos concursos públicos, a diminuição dos investimentos em educação (se a PEC estivesse em vigência desde 2002 até os dias atuais, a perda de investimentos na área seria de R$ 60,7 bilhões) e perdas de R$ 868 bilhões para o financiamento da assistência social. Sendo assim, compreendemos que a PEC 241 consolida um projeto econômico e social da oligarquia rentista para a nação, concentrando o capital nas mãos da elite, favorecendo a iniciativa privada e o consequente aumento da corrupção.

Diante desse momento político, onde somos desacreditados enquanto categoria discente a reivindicar melhorias sociais, nós compreendemos a importância do nosso papel enquanto representação estudantil e respondemos a essa ofensiva conservadora através da unidade e da construção dessa luta. Dizemos não ao oligopólio nacional e internacional, a ofensiva contra as garantias trabalhistas e ao sucateamento da educação pública e da saúde. Dizemos não a este governo corrupto e ilegítimo que tenta institucionalizar um projeto de governo antipopular e antidemocrático. E reiteramos que, diante desses retrocessos, para nós discentes só existem duas alternativas: lutar ou lutar!

Por isso, no último dia 31 de outubro, deliberamos em assembleia pela ocupação do Campus da Universidade em resposta aos ataques proferidos por este governo golpista aos serviços públicos e a toda a população!

#NÃOÀPEC241
#OCUPAXVIII
#OCUPAUNEB
#PELOFIMDAMORDAÇA

Fotos: Ocupa Uneb.

 

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