Caixa paga nova parcela do auxílio, mas quem precisa sacar pode esperar até setembro

Calendário Auxílio Emergencial. Foto: Reprodução Instagram

Por Maiara Marinho.

Três pagamentos diferentes do auxílio emergencial serão creditados pela Caixa neste sábado (27), na poupança social digital, para mais de 6,5 milhões de beneficiários nascidos em janeiro e fevereiro. Serão pagos lotes da primeira, segunda e terceira parcelas, para pagamento de contas, boletos e compras por meio do cartão de débito digital.

O calendário divulgado na última sexta-feira (26) pelo banco condiciona o recebimento dos valores à data de nascimento do beneficiário e retarda a disponibilização para quem precisar sacar o dinheiro. Apesar do caráter emergencial, algumas pessoas vão receber a terceira parcela de R$ 600 apenas em setembro, conforme indica o cronograma.

A demora para o pagamento é motivo de preocupação para quem depende do auxílio. Esse é o caso de Taynnã Ribeiro, de 29 anos, que trabalha como atendente e arte-finalista em uma gráfica. Segundo ela, sua renda foi reduzida a um salário mínimo com a necessidade de implementação do isolamento social.

Nesse período, o auxílio tem complementado os rendimentos da jovens. Mas, ela conta que o problemas são frequentes. Ele destaca os atrasos no crédito e dificuldades para realizar pagamentos pelo aplicativo disponibilizado pela Caixa.

“A parcela do mês passado, por exemplo, consegui fazer a transferência apenas no início de junho. E, mais uma vez, as contas ficarão atrasadas devido ao novo calendário. Vai me prejudicar, pois o auxílio completa meu salário. Ficarei com algumas contas atrasadas”, finaliza a atendente.

Teto de Gastos na crise “é loucura”

Para o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, “numa situação de ruptura das cadeias de trabalho, produtivas, você tem que fazer o que é necessário. É emissão monetária e uma compra de títulos só pra segurar. A compra de títulos públicos pelo Banco Central, que é uma questão simplesmente patrimonial, e estender esse auxílio emergencial por mais tempo, porque senão a economia vai ter dificuldade para sair [da crise]”, afirma.

Neste cenário, Beluzzo também defende a revogação da Emenda Constitucional (EC) 95/16, conhecida como a EC do Teto dos Gastos, que limita os gastos públicos pelo período de 20 anos. O economista argumenta que a manutenção do congelamento desrespeita uma característica fundamental para a economia de mercado capitalista, a chamada flutuação.

“Na flutuação do PIB [Produto Interno Bruto] ou da renda agregada, você tem diversos resultados relativos às receitas fiscais. Numa pandemia como essa em que, na verdade, você rompeu os déficits monetários e a geração de renda, é claro que a receita fiscal vai cair muito, e você manter o teto de gastos numa situação como essa, só no hospício mesmo”, pontua o economista.

Renda básica até dezembro

A extensão do auxílio para além das três parcelas previstas inicialmente, como forma de garantir condições mínimas para a população mais vulnerável e retomada econômica, também é defendida pela economista Juliane Furno, doutoranda em Desenvolvimento Econômico pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Em sua avaliação, a economia brasileira tem muito a se beneficiar com o prolongamento do auxílio emergencial.

“Se estender o auxílio emergencial até dezembro, o Brasil ganharia muito em termos de arrecadação tributária, porque todo esse dinheiro vai para consumo. As famílias consomem, e grande parte da tributação brasileira é no imposto indireto, imposto de bens e serviços, que volta para o Estado na medida em que essas pessoas fazem demanda pela atividade econômica”, explica.

Além disso, Furno argumenta que o auxílio também beneficia quem não o recebe diretamente, como é o caso da classe média que possui imóveis para alugar, por exemplo.

Nesse sentido, foi criada a campanha ‘Renda Básica Que Queremos’, que propõe, entre outros pontos, que se mantenha o valor de R$ 600 até dezembro de 2020, que ao término do auxílio emergencial o beneficiário retorne automaticamente ao Bolsa Família e que novos requerentes possam fazer solicitação em julho.

A princípio, conforme confirmado pelo presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, o dia 2 de julho é a última data para o cadastramento.

Fonte: BdF Rio Grande do Sul

Edição: Geisa Marques e Katia Marko.

Fonte: Brasil de Fato.

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