Caixa Econômica Federal está perseguindo dirigente sindical, denuncia SEEB

Por Camila Rodrigues da Silva, para o Desacato.info.

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Na noite desta quinta-feira (24/05), o Sindicato dos Bancários de Florianópolis e Região (SEEB) esteve presente na inauguração da nova agência da Caixa Econômica Federal (CEF), na avenida Mauro Ramos, para denunciar a perseguição de um de seus diretores, trabalhador de uma agência no bairro dos Ingleses.

Anderson Ricardo Silva, que é diretor do SEEB há dois anos e meio, foi descomissionado em uma sexta-feira (10/05), último dia útil antes de entrar de férias. Na prática, o descomissionamento significa que ele deixou de ser caixa para ser escriturário (cargo hierarquicamente mais baixo) e que seu salário foi reduzido em um terço. A justificativa da chefia é de que foi “interesse da administração”.

Para entender: as comissões são o formato de promoção dos funcionários concursados da CEF, ou seja, todos recebem um piso mais os valores de comissão. O problema é que essa remuneração está sujeita à vontade da gerência da agência, que pode retirá-la a qualquer momento, sem que seja dada, necessariamente, uma justificativa objetiva.

Nos megafones, os representantes do sindicato também pediram a retirada de Jocemar Bittencourt de Souza do cargo de superintendente estadual da Caixa. O executivo não quis falar com os dirigentes na entrada da inauguração.

Uma carta aberta do SEEB foi distribuída durante o ato, expondo a atuação da Caixa Econômica Federal. Eis a íntegra:

O Sindicato dos Bancários de Florianópolis e Região vem a público denunciar a perseguição imposta pela Caixa Econômica Federal em Santa Catarina ao conjunto de seus funcionários através de procedimentos de coação à testemunhas em processos e punição à delegados e dirigentes sindicais que ao denunciar as irregularidades praticadas na empresa estão sendo penalizado. A empresa está inclusive sendo investigada pelo Ministério Público do Trabalho no inquérito civil que apura estas e outras práticas antissindicais e de desrespeito ao funcionalismo.

O cliente e o bancário da Caixa Econômica Federal vê, a cada dia, as condições de trabalho e de atendimento se deteriorando na empresa. Faltam funcionários, os trabalhadores estão sobrecarregados e aí começam as irregularidades. Trabalhadores que não registram corretamente sua jornada no ponto (fraude no ponto eletrônico), horas extras são realizadas todos os dias e muitas vezes além do limite legal de duas horas, o horário de almoço é realizado em desacordo com a legislação, entre outras ilicitudes. E quem denuncia, para que seja cumprido o que é correto, acaba sendo prejudicado em sua carreira.

Neste momento, a Caixa está inclusive descumprindo o Acordo Coletivo de Trabalho assinado pela empresa que busca impedir tais abusos como a Cláusula 54: Descomissionamento de Funções Gratificadas. Os trabalhadores apresentaram sua proposta de critérios para a perda de função, assim como ocorre nos processos de ascensão profissional. Isso evitaria que perseguições como estas acontecessem. A Caixa, no entanto, ainda não apresentou sua proposta aos funcionários.

Por fim, lastimamos que tais procedimentos sejam feitos em um Banco Público por um governo que foi eleito inclusive com o compromisso de acabar com tais desmandos muito comuns nos anos 90 (Collor e FHC) e que infelizmente passou a adotar práticas semelhantes desde o último ano.      

 Sindicato dos Bancários de Florianópolis e Região 

Foto: Camila Rodrigues da Silva.

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