“Cada dia que passa, o crime só renova”, diz atingida por crime ambiental em Mariana

 

Foto: Nilmar Lage.

Por Nilmar Lage.

Desde o final de 2016, um grupo de moradores e moradoras de Bento Rodrigues começou a se reunir para passar os finais de semana no subdistrito. Eles ocupam a parte alta do vilarejo, local que não foi atingido diretamente pelas 39 mil toneladas de lama tóxica que vazaram após o rompimento da barragem de Fundão.

O grupo se identifica como “Loucos por Bento” e lutam todos os dias contra o esquecimento e pela garantia de seus direitos. O local não possui mais infraestrutura, como água e luz, por isso, a cada final de semana eles saem de Mariana e região (locais para onde foram realocados após a perda de suas casas) e vão para Bento Rodrigues levando comida, água potável, cobertores e vela.

As ações do grupo tem contribuído para que o esquecimento não seja uma realidade como os outros inúmeros descasos e injustiças sociais no Brasil. O Loucos por Bento participa dos debates que envolvem as reparações aos prejuízos que se espalham ao longo do leito do rio Doce, mas o foco principal é Bento Rodrigues.

O Loucos por Bento foi fundamental pela escolha do local de reassentamento das famílias do distrito, a área conhecida como Lavoura, por exemplo. Ainda assim, as famílias não estabeleceram com o local um sentimento de pertencimento. “Eu vou sempre achar que estou na casa de outra pessoa”, afirma Terezinha dos Santos.

“A luta é diária, pois o crime se renova todo dia”, defende Mônica dos Santos. Para ela, a tentativa da empresa em não cumprir com os acordos, ou de atender parcialmente as ordens de compensação faz com que a militância não descanse.

“Somos fortes e somos muitos e somos loucos, loucos por Bento Rodrigues.” Esse é o lema do grupo “Loucos por Bento”.

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