Brigadas de Juventude tem novo ciclo de formação no RS

Frei Sergio Görgen foi um dos assessores convidados para conversar com os jovens brigadistas (Foto: MPA)

Por Marcos Corbari.

Jovens integrantes da base do MPA reuniram-se para dar continuidade a escola de formação durante o período de férias de inverno

Foram nove dias consecutivos, coincidindo com o período mais frio do inverno gaúcho, bem em meio ao período de férias escolares. Foram dias de muito trabalho, de formação, de partilha e, porque não dizer, também de divertimento. Porque a luta dos jovens é assim, tem cara e tem jeito diferente, tem capacidade de fazer sorrir e acreditar. Tem jeito maroto e a coragem que só quem acredita num futuro diferente consegue ter para seguir lutando nesse tempo onde imperam desilusões.

O terceiro ciclo de formação das Brigadas de Juventude do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) encerrou no último domingo, 23 de julho, assinalando o passo conclusivo para os primeiros jovens que iniciaram há um ano e meio essa jornada, bem como oferecendo a segunda turma a continuidade do seu processo de formação. No programa, conteúdos intensivos sobre diversos temas como análise histórica, questões de gênero, meios de comunicação, reflexões a respeito do momento pelo que o país passa, os desafios dos movimentos sociais do campo frente a essa realidade e a conjuntura política como um sinônimo de resistência e luta da juventude camponesa. A agroecologia, hoje principal bandeira do movimento no que se refere à produção de alimentos sem veneno, também foi tema presente na prosa executada entre juventude, dirigentes e convidados.

– Nós temos esse processo de formação iniciada no RS como uma referência, uma ação que estabelece a inserção maior desses jovens nos processos de luta, no protagonismo das decisões do nosso movimento -, explica Sandy Xavier, que ocupa uma das posições de coordenação no coletivo estadual de juventude do MPA. “Nós já podemos observar a presença atuante dos jovens, assumindo tarefas e responsabilidades, bem como executando tarefas em ações práticas importantíssimas, como o Mutirão da Esperança Camponesa, por exemplo” -, acrescenta a dirigente. Para Sandy, o próximo desafio da juventude camponesa se divide em dois momentos: primeiro concluir o processo de formação dos jovens que se encontram no nível intermediário da escola de brigadistas; o segundo é iniciar uma nova turma no início de 2018 com um número ainda maior de participantes.

No intervalo entre os cursos e palestras, oficinas culturais complementaram a rotina dos brigadistas durante a formação. Muralismo, estêncil e batucadas foram algumas das práticas compartilhadas entre jovens de diferentes segmentos etários que dividiram o espaço do centro de formação da Cooperbio, cooperativa camponesa formada por famílias que integram a base do MPA, localizada em Seberi, RS. A atividade encerrou com aspecto festivo, na chamada “cultural” de sábado a noite, festividade onde a integração e o divertimento não cedem espaço para produtos culturais que subvertem os ideais do movimento, priorizando canções e manifestações que garantam o respeito à diversidade, não produzam a mercantilização da imagem da mulher, nem se preste a prática de qualquer tipo de preconceito. “É nosso jeito de dançar, compartilhar, se integrar e gritar bem alto, no meio da festa, a palavra Revolução!”, contou uma das participantes.

Foram cerca de 40 jovens participando, divididos em duas turmas, representando todas as oito regionais do MPA no estado do RS. Agora todas as atenções se voltam para o mês de outubro, quando será realizado o segundo acampamento da juventude camponesa, em data e local que serão informados nos próximos dias.

Fonte: MPA Brasil.

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