As favelas e a reta final da eleição

Entramos na semana demonica_geledescisiva do pleito eleitoral. Aumentam as expectativas, e nós aqui temos um grande desafio. As favelas estão de fato entre (se é que saíram algum dia) os assuntos mais citados nas mídias, seja por agentes externos ou internos.

Suas estratégias e açõ
es devem ser levadas em conta na agenda governamental. Não somente como lugar da implementação de projetos de infraestrutura ou segurança, mantendo o olhar viciado e preconceituoso, que dá à favela o rígido status da carência ou do risco. Se faz urgente ir para além disso.

Por: Mônica Francisco

É preciso se construir uma agenda afirmativa no sentido de ampliar as possibilidades de acesso à cultura e ações complementares à educação formal, como ferramentas que possibilitem o aprendizado de novos idiomas e mais facilidades ao uso das novas tecnologias.

O governador do Rio de Janeiro tem que ter sensibilidade e bom senso para entender que sem respeito, certo grau de entendimento desse universo chamado favela para além dos jornais e do senso comum, e diálogo horizontal com as referências locais, não avançaremos para além do que temos aí.

É preciso avançar e em seu artigo desta semana, o articulista Davison Coutinho deixou seu recado. Faço mais uma vez menção ao articulista e consequentemente à Rocinha que é de onde ele escreve, como uma das grandes referências de organização e que pode ser tomada como uma amostra do que se quer em termos de avanços.

Não é à toa que o periódico El País tem como uma de suas manchetes de capa deste dia (21/10) uma referência a ela como mãe de todas as favelas, pelo seu tamanho e importância.

Da mesma forma, as redes estabelecidas na Maré, o ativismo social efervescente de Manguinhos e as ações extremamente vanguardistas acontecendo Complexo do Alemão, com uma relação estreita com a academia na produção de conhecimento e ação política concreta.

Envolvendo diversos atores locais e externos, com a participação ativa de uma de suas instituições, o Instituto Raízes em Movimento nos dá um panorama de que algo tem que, de fato, mudar na relação do poder executivo com a favela.

É hora de o Palácio Guanabara e seu ocupante mais ilustre avançarem neste quesito e irem para além do cimento e do fuzil!

“A nossa luta é todo dia. Favela é cidade. Não à GENTRIFICAÇÃO e ao RACISMO, ao RACISMO INSTITUCIONAL, ao VOTO OBRIGATÓRIO e à REMOÇÃO!”

*Membro da Rede de Instituições do Borel, Coordenadora do Grupo Arteiras e Consultora na ONG ASPLANDE.(Twitter/@ MncaSFrancisco)

Fonte: Geledés

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