Brasil terá mais de 3 mil mortes diárias por Covid-19 já em março

Foto: reprodução

O Brasil deve se tornar o país com mais mortes diárias por Covid-19 ainda no mês de março, ultrapassando a marca de 3 mil óbitos por dia. Segundo o Valor Econômico, a expectativa da cúpula do Ministério da Saúde é que o pior momento da pandemia ocorra nas próximas duas semanas, com explosão de casos e mortes no período.

Além do alastramento do vírus em todo o País – impulsionado pelas aglomerações no fim do ano e no Carnaval –, o isolamento social retrocedeu num momento em que novas variantes do novo coronavírus, mais contagiosas e com grande carga viral, passaram a circular no Brasil. A política negligente e errática do governo Jair Bolsonaro agrava ainda mais a crise. Mesmo longe do auge da pandemia, o País já está na iminência de um colapso do sistema hospitalar em diversos estados e não tem vacinas disponíveis para imunizar os brasileiros em ritmo adequado.

As atenções do Ministério da Saúde estão voltadas sobretudo para a região Sul. A ocupação de leitos de UTI no Rio Grande do Sul, por exemplo, se mantém próxima ou acima de 100% durante toda a semana. Na região Norte, embora o número de casos seja menor, há preocupações quanto à pouca disponibilidade de leitos. Os alertas também já dispararam quanto à situação de Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.

Na visão da equipe de Pazuello, São Paulo tem conseguido até o momento evitar o pior por possuir a maior rede hospitalar do Brasil. Principal porta de entrada do País, o estado registrou 60 mil das cerca de 260 mil mortes pelo novo coronavírus em solo brasileiro. Para a equipe de Pazuello, se um colapso hospitalar ocorrer ali, os números dessa “tragédia anunciada” podem subir exponencialmente.

O problema é que a cúpula da Saúde não tem planejamento de emergência. De novo, sua única proposta é estimular a reabertura de hospitais de campanha nos estados – o governo federal também cogita novas instalações desse tipo já nos próximos dias, mas não bateu o martelo, apesar da demanda inevitável.

Como Bolsonaro já deixou claro que não vai decretar lockdown nacional, as ações de fechamento e restrições à circulação de pessoas estão nas mãos dos estados. O governo tampouco prevê avanço da vacinação contra a Covid no curto prazo. Apenas em abril, com a maior produção do Butantan e da Fiocruz, a produção pode ser, em média, de 1,4 milhão de doses diárias.

Com as diversas vacinas importadas começando a chegar, a previsão de Pazuello é vacinar 70 milhões de pessoas até o fim de junho. Fazem parte desse grupo prioritário idosos com mais de 60 anos, pessoas com comorbidades e médicos, professores, policiais, indígenas, entre outros.

Na quarta-feira, o Ministério da Saúde anunciou a intenção de comprar 100 milhões de doses da vacina da Pfizer e outras 38 milhões de doses da vacina da Janssen, braço farmacêutico da Johnson & Johnson. Mas, para o primeiro semestre, a pasta espera apenas 9 milhões de doses desse total, todas da Pfizer.

Outras 30 milhões de doses da fabricante americana devem chegar entre julho e setembro. As entregas se aceleram no último trimestre, com 61 milhões de doses. Já a Janssen deve entregar 16,9 milhões de doses em setembro e 21,1 milhões de doses em dezembro, segundo ficou apalavrado entre o ministério e a farmacêutica. Assim, a campanha federal de vacinação será lenta e desigual.

Nesta quinta-feira (4), 14 governadores enviaram carta conjunta a Bolsonaro pedindo a providências “imediatas” para a compra de novas doses de vacinas. Segundo eles, depois do “aumento exponencial dos casos de infecção e do número de óbitos” nos últimos dias, os estados ficaram “no limite de suas forças e possibilidades”.

Com informações do Valor Econômico

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