Brasil chega a 978 mil infectados pela covid e corre risco de falta de medicamentos

Foto: Reprodução

Por Nara Lacerda. 

Dados do Conselho Nacional de Secretarias de Saúde (Conas) indicam que até esta quinta-feira (18) o Brasil registrou 978.142 casos de covid-19. O número de novas confirmações, desde terça-feira (17), chegou a 22.725. Os óbitos registrados em 24 horas alcançaram 1.238. É o terceiro dia consecutivo em que as confirmações de mortes ficam acima do patamar de 1.200 em 24 horas. 

Até agora, 47.748 brasileiros morreram por causa da doença. Resultado que coloca o país em segundo lugar entre os que mais registram casos fatais da enfermidade no mundo todo. Nesse cenário, o país se afasta cada vez mais de nações que passaram por situações críticas e conseguiram diminuir a circulação da doença após a implementação de medidas de isolamento social, como Itália, Espanha e Reino Unido.

Pelo terceiro dia consecutivo, São Paulo – estado que concentra o maior número absoluto de casos no Brasil, registrou mais de 300 mortes. O total de infectados está próximo a 200 mil. Nesta quinta-feira (18), o governo apontou preocupação com o aumento de casos e internações no interior do país.

A ocupação de leitos de UTI em Campinas e Piracicaba, por exemplo, subiu 104% e 127% respectivamente nos últimos sete dias. Nas duas regiões, está autorizada a abertura de shoppings, comércio de rua, escritórios e concessionárias.

Além de São Paulo, os estados com maior número absoluto de pessoas que testaram positivo e de mortes são Rio de Janeiro (87.317 casos e 8.412 óbitos) e Ceará (87.273 casos e 5.377 óbitos).

A taxa de letalidade no país é de 4,9%. Os estados do Rio de Janeiro e de Pernambuco seguem com índices significativamente acima dessa média, com 9,6% e 8,3%, respectivamente.


Evolução semanal da pandemia no Brasil / Arte: Fernando Bertolo

“Temos um profundo sentimento de solidão” 

As secretarias de Saúde dos estados demonstram preocupação com o risco de desabastecimento de insumos e medicamentos. Em reunião com o Ministério da Saúde nesta quinta (18), o presidente do Conass, Alberto Beltrame, fez um apelo frente à gravidade do problema.

“Temos um sentimento grande de solidão. Não nos deixem sós com um problema gravíssimo que temos neste momento que se chama medicamentos pré-anestésicos, anestésicos, relaxantes musculares, que são essenciais para entubar pacientes. Estamos apelando ao ministério desde meados de maio e não temos visto horizonte neste momento”, afirmou.

Beltrame também ressaltou a falta de apoio na aquisição de equipamentos de proteção e disse que os estados encaram sozinhos a tarefa de defender o isolamento social.

“Estamos sós por muito tempo enfrentando dificuldades enormes na busca de soluções para equipamentos de proteção individual [EPIs], em que fomos jogados sozinhos (…). Estados e municípios foram jogados num cassino internacional em desigualdade de

O Ministério da Saúde anunciou que vai organizar uma licitação para aquisição de medicamentos com fornecedores nacionais. A pasta não fará a compra dos produtos, no entanto, vai apenas gerenciar o processo. Ficará a cargo dos estados e prefeituras de algumas capitais adiquirir os remédios.

Segundo representantes do Ministério da Saúde, uma portaria liberará R$ 9,7 milhões para apoio, gestão, planejamento e monitoramento das ações de enfrentamento à pandemia nos estados. Estados com mais de 200 municípios poderão receber até R$ 500 mil, enquanto aqueles com menos de 200 municípios poderão ganhar até R$ 275 mil.

O que é o novo coronavírus?

É uma extensa família de vírus causadores de doenças tanto em animais como em humanos. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), em humanos, os vários tipos de vírus podem provocar infecções respiratórias que vão de resfriados comuns, como a síndrome respiratório do Oriente Médio (MERS), a crises mais graves, como a síndrome respiratória aguda severa (SRAS). O coronavírus descoberto mais recentemente causa a doença covid-19.

Como ajudar quem precisa?

A campanha “Vamos precisar de todo mundo” é uma ação de solidariedade articulada pela Frente Brasil Popular e pela Frente Povo Sem Medo. A plataforma foi criada para ajudar pessoas impactadas pela pandemia da covid-19. De acordo com os organizadores, o objetivo é dar visibilidade e fortalecer as iniciativas populares de cooperação.

Edição: Vivian Fernandes.

Fonte: Brasil de Fato.

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