Boulos, coordenador do MTST, anuncia pré-candidatura à presidência

Gulherme Boulos é coordenador de um dos maiore movimentos de moradia do país, e Sonia Guajajara coordena a organização dos Povos Indígenas do Brasil

“Não é um encontro óbvio, a realidade nos uniu, o avanço do conservadorismo nos forçou a buscar alternativas novas” disse Guilherme Boulos, durante o ato de lançamento da candidatura, realizado na Casa das Caldeiras, capital paulista, sob o nome de “Conferência Cidadã”.
Com a presença de integrantes de movimentos indígenas, sem-teto, LGBT e de diversas personalidades do mundo político e da cultura, a atividade contou com análises e diagnósticos sobre a crise que vive o país, bem como críticas contundentes ao governo golpista de Michel Temer. Entre eles, Caetano Veloso, Maria Gadú e Frei Betto, além de mensagens em vídeo, como foi o caso dos atores Wagner Moura e Gregório Duvivier. “Esse nosso espaço, nosso encontro de hoje é um retrato do que nós queremos para o Brasil. Aqui tem trabalhadores, indígenas, sem-teto, negros e negras, LGBT, intelectuais, professores, gente que resiste e que inspira”, disse Boulos.

O dirigente dos sem-teto fez questão de defender o direito do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de ser candidato nas eleições de 2018: “Uma condenação sem provas, injusta não pode ser naturalizada, principalmente quando bandidos comprovados estão no Congresso Nacional e no Palácio. Quero registrar aqui a minha sincera solidariedade ao Lula. Diferenças políticas não podem significar conivência com a injustiça. Só quem se ilude acredita que vai acabar no Lula. Isso pega toda a esquerda.”

Durante o ato, foi exibida uma mensagem do ex-presidente dirigida a Boulos: “Eu quero que você saiba que acho que você vai ter sucesso, você merece todo meu respeito, você jamais vai me ver fazer qualquer crítica a você. Sou muito grato pela solidariedade que você tem tido comigo pessoalmente, e com o PT”, disse Lula, convidando tanto Boulos, como Manuela D’Ávila (pré-candidata à presidência pelo PCdoB) para participarem de seus comícios eleitorais.

Boulos, assim como ocorreu em diversas falas, criticou a intervenção militar decretada por Temer: “É grave o avanço da intolerância e do militarismo, que vai atingir o mesmo alvo de sempre, a juventude negra das periferias. Essa intervenção que ocorre no Rio, eles dizem ser em nome da ordem e da paz. Ora, ordem e paz pra nós é o respeito à democracia e a vontade popular, é a garantia de direitos e o combate à desigualdade. Essa não é definitivamente a ordem do Temer”, criticou.

Guajajara classificou a Conferência como um “momento histórico e potente”: “Eu estou muito feliz porque com muita ousadia e coragem estamos aqui. Esse encorajamento vem de cada um que está junto, da forças das mulheres, do povos indígenas, das negras e negros, das famílias das periferias, da juventude, das crianças, de todos que acreditam num processo de reconstrução deste país”, afirmou.

“Há 518 anos vivemos sob intervenção, mas nós resistimos. O Brasil não pode jamais negar a nossa presença, negar que somos os povos originários. Limitam nossos territórios, negam nossos direitos, mas estamos firmes e juntos. Fazemos nossa convocatória para estarmos juntos na linha de frente”, convocou a dirigente indígena e pré-candidata à vice-presidência.

Perfis

Guilherme Boulos é coordenador nacional do MTST – Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto. Militou no movimento estudantil da União da Juventude Comunista, e se formou em Filosofia pela Universidade de São Paulo (USP).

Sônia Guajajara é coordenadora da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB). Indígena formada em Letras e em Enfermagem, especialista em Educação Especial pela Universidade Estadual do Maranhão, fez parte da coordenação das organizações e articulações dos povos indígenas no Maranhão (Coapima) e da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab).

Do Portal Vermelho, com Brasil de Fato

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