Bolsonaro vai a Israel, país escolhido como prioridade nas relações exteriores

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

247, com Agência Brasil  O presidente Jair Bolsonaro – que esteve nos Estados Unidos e no Chile nos últimos dias – viaja a Israel esta semana, onde desembarca no próximo domingo (31). Desde a campanha eleitoral, Bolsonaro e seu entorno político de extrema-direita já explicitaram que as relações com o Estado agressor israelense são prioritárias.

Em Israel, Bolsonaro retribuirá a presença do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu em sua posse, mas, principalmente, buscará negociar, ao lado do chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, e outros integrantes de seu governo, a ampliação de laços na área comercial, em ciência e tecnologia e na cooperação em segurança pública e defesa.

Presença quase certa na comitiva, o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes, esteve no país do Oriente Médio no início do ano para conhecer projetos de inovação e tecnologias estratégicas que despertam interesse brasileiro como as instalações de dessalinização de água. Por mais de uma vez, a administração Bolsonaro destacou a expertise israelense nesta área, com sofisticados sistemas de irrigação e dessalinização e uso de sementes resistentes à seca. Medidas que poderiam ser replicadas como solução para o Semiárido brasileiro.

No campo comercial, as conversas devem se concentrar nas exportações brasileiras de carne bovina e soja. Os produtos integram uma carteira de vendas brasileiras para Israel, que, no ano passado, superaram a marca dos US$ 293 milhões, segundo dados do Ministério da Indústria e Comércio do Brasil. Em contrapartida, o Brasil importou, em mercadorias do Oriente Médio, US$ 1,060 bilhão. O maior volume de importação se concentra em produtos como cloreto de potássio (28% do total), além de inseticidas e herbicidas, que respondem por 24% das exportações.

As relações diplomáticas entre Brasil e Israel foram estabelecidas em 1949 e, em 1951, foi criada a Legação do Brasil em Tel Aviv – elevada, em 1958, à categoria de Embaixada. Israel estabeleceu embaixada no Brasil em 1955.

O debate sobre a sede da embaixada brasileira em Israel foi uma das questões aventadas por Bolsonaro desde a campanha. O então candidato à presidência do Brasil defendeu a mudança da embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém, seguindo os passos do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Houve reação dos países árabes, que ameaçaram cortar as importações de carne brasileira, e divergência com setores pragmáticos das Forças Armadas, que se opõem à medida.

O Itamaraty iniciou o rompimento da tradição brasileira na abordagem e no voto sobre alguns temas envolvendo a ação israelense contra os palestinos. Na semana passada, o governo brasileiro decidiu votar contra um relatório da ONU que incriminava Israel por crimes cometidos contra os palestinos.

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