Bolsonaro diz que não ataca gays e quer ministros militares se eleito

Por Thaís Matos.

Em entrevista à Rádio Bandeirantes, o deputado falou sobre xenofobia, garimpo e nacionalismo.

Mirando 2018, o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) já começou a formar seu time de ministros. Com muitos amigos nas Forças Armadas, ele revela que o quadro ministerial pode ser composto por militares. “Cada um põe seus amigos, assim como o PT colocou o PCdoB”, declarou o pré-candidato em entrevista à Rádio Bandeirantes nesta segunda-feira (30). Ele revela, inclusive, que alguns já aceitaram o pré-convite, mas seus nomes não podem ser revelados porque eles “ainda estão na ativa”.

Bolsonaro está confiante para 2018. Na última pesquisa realizada pelo Ibope neste domingo (29), seu nome aparece em segundo lugar, com 15% das intenções de voto. Ele só perde para o ex-presidente Lula, que conta com 35% .

O pré-candidato sabe, no entanto, que, para ser presidente, é preciso expandir seu eleitorado e contar com setores da população que o enxergam como inimigo. É o caso da comunidade LGBTApesar de já ter sido condenado por declarações homofóbicas, ele disse, durante a entrevista, que foi apenas contra o “kit gay“, em 2011, e não contra os homossexuais:

“Quando você fala meter o pau em gay, isso não acontece da minha parte. Eu sempre fui contra o material escolar e ponto final. Como o PT não podia dizer que eu tava errado, ele me levou pro [outro] lado, como se eu fosse um grande inimigo da comunidade LGBT.”

O material, composto por três vídeos e guia de orientação aos professores, tinha como objetivo debater a sexualidade no ambiente escolar, como forma de reconhecimento da diversidade sexual e alertar sobre o preconceito.

A ideia era distribuir o material para professores e alunos alunos do Ensino Médio de todo o Brasil. Assim que o MEC divulgou o kit, ele foi alvo de críticas e gerou polêmicaentre os setores mais conservadores do País e do Congresso Nacional.

Questões polêmicas

Durante a entrevista, o deputado tocou em diversos assuntos polêmicos. O primeiro deles foi a questão migratória. Apesar de não se dizer xenófobo, defende o fechamento de fronteiras. “Quem acha que eu estou errado liga para o amigo, vai em Roraima e vê como está a imigração venezuelana ali.”

Além disso, defendeu o garimpo e atacou o Ibama, atribuindo as ações do órgão a uma “questão ideológica”. Para ele, a “invasão” de fazendas no Centro-Oeste por populações indígenas e integrantes do MTST são parte dessa ideologia e poderão parar a produção agrícola do País no ano que vem.

O candidato se classificou como nacionalista, mas defendeu autonomia do Banco Central, da Petrobras e de outras empresas estatais.

Ele diz, por fim, que não pretende interferir na atuação da Câmara e do Senado, mas também não revela como vai compor maioria no Congresso para aprovar suas medidas caso eleito.

Fonte: Huff Post Brasil.

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