Bolívia: procuradoria faz buscas em cooperativas e prende 10 mineiros após morte de vice-ministro

O presidente da Bolívia, Evo Morales, participa do velório do vice-ministro Rodolfo Illanes, que foi morto a pauladas. Foto: Ministério da Presidência.

Fiscais da Procuradoria de La Paz, na Bolívia, realizaram buscas nesta sexta-feira (26/08) nos escritórios de duas cooperativas de mineiros, no âmbito das investigações sobre o assassinato do vice-ministro de Interior, Rodolfo Illanes, sequestrado e assassinado nesta quinta-feira (25/08).

A operação teve como alvo os escritórios da Fencomin (Federação Nacional de Cooperativas Mineiras da Bolívia) e Fedecomin (Federação Departamental de Cooperativas Mineiras de La Paz), localizados no centro da capital boliviana.

Dez pessoas foram presas na ação, que foram conduzidas até a FELCC (Força Especial de Luta contra o Crime) para prestar esclarecimentos.

O fiscal Ruddy Terrazas disse ao jornal boliviano La Razón que houve também apreensão de documentos a fim de “esclarecer a história verídica dos fatos” a respeito da morte de Illanes.

O Ministério Público da Bolívia abriu processo penal por mais de dez delitos contra cerca de dez dirigentes mineiros pelos incidentes causados pelo bloqueio de estradas e pela morte de Illanes. Eles serão investigados por crimes como associação criminosa, terrorismo, porte ilegal de arma, sequestro e assassinato.

Houve também buscas na rádio Fedecomin, instalada na sede da entidade, que deixou de transmitir sua programação.

A rádio transmitia, nesta semana, informações sobre os confrontos entre a polícia boliviana e os mineiros na região de Panduro, a 186 quilômetros de La Paz, onde o vice-ministro de Interior foi encontrado morto.

A morte de Illanes foi confirmada na noite de quinta-feira pelo ministro de Governo da Bolívia, Carlos Romero, que disse haver evidências de que o vice-ministro foi “covarde e brutalmente assassinado” após ter sido sequestrado por mineiros.

Romero declarou que Illanes foi feito refém quando tentava dialogar com mineiros que, há três dias, protestavam e bloqueavam estradas na região. Houve confrontos com a polícia, que resultaram na morte de dois manifestantes na quarta-feira (26/08). Os mineiros alegam que houve uma terceira vítima fatal, que não foi confirmada pelo governo boliviano.

Romero disse também que Illanes havia entrado em contato com o governo boliviano para informar sobre seu sequestro pelos mineiros, que estariam lhe fazendo ameaças.

Segundo informações do jornal La Razón, os dirigentes mineiros confirmaram estar com Illanes, mas disseram tratar-se de uma “retenção” do vice-ministro e não de um sequestro.

O presidente Evo Morales afirmou nesta sexta, em entrevista coletiva, que o assassinato de seu vice-ministro é “imperdoável” e decretou luto nacional por três dias, sem suspensão das atividades.

Segundo o promotor de La Paz, Edwin Blanco, relatórios preliminares do Instituto Médico Legal apontam que Illanes morreu após um derrame provocado por agressões físicas.

Fonte: Opera Mundi.

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