Bibliotecários decidem aderir a Greve Geral dia 28

A exemplo de diversas categorias profissionais de todo o país, bibliotecários e demais trabalhadores da cultura do Rio, de São Paulo e do Ceará estão se mobilizando para participar da greve geral convocada para amanhã, 28, pelas centrais sindicais.

No Rio, o Sindicato dos Bibliotecários (Sindib-RJ) fez uma convocação pelas redes sociais para o ato, com concentração marcada para as 14h na Cinelandia, no centro da cidade. De acordo com Luciana Manta, presidenta da entidade, a manifestação tem como motivação a retirada dos direitos trabalhistas conquistados no passado.

“A afronta ao povo e a sociedade ao que se chama direitos e a total falta de respeito dos governantes a classe trabalhadora,  uma vez que eles nem moral possuem para estarem onde estão!  Esperamos que o nosso coletivo de profissionais da informação,  possa fazer diferença e ajude a conscientizar a população.  Tenho recebido diversas mensagens de como ajudar na greve e, sinceramente,  respondo: só tem um jeito de ajudar na greve, participando dela!”, disse Luciana.

Em São Paulo, apesar das ameaças de corte de ponto por parte do prefeito João Doria, os profissionais têm se mostrado firme na luta e já decidiram pela paralisação. O Sindesp (Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de São Paulo), entidade que congrega um número considerável de profissionais envolvidos no imbróglio da ameaça de terceirização das bibliotecas da capital paulista, decidiu pela adesão ao movimento paredista.

Segundo a coordenadora da Região Leste 3 do Sindesp, a bibliotecária Luba Melo, o Sindicato tem mobilizado sua base para participar da greve de amanhã, pois, segundo ela, acredita que a proposta de reformas trabalhista e previdência, além da terceirização são medidas extremamente prejudiciais para a classe trabalhadora. “Nós, como um sindicato combativo, estamos organizando os trabalhadores nas regiões. A região que coordeno, Leste3, faremos uma passeata dá Prefeitura Regional de São Mateus até o Largo de São Mateus”, explicou ela.

O próprio Sindicato dos Bibliotecários de São Paulo (SINBIESP) também lançou uma nota convocatória em seu site convidando os profissionais para aderirem a greve geral do dia 28. A convocação ressalta a importância da união dos profissionais da informação contra os retrocessos e ataque aos direitos trabalhistas.

“O SINBIESP CONCLAMA A TODOS PARA MAIS ESTA LUTA INCANSÁVEL CONTRA ESTE RETROCESSO PATROCINADO PELOS PARTIDOS DA BASE DO GOVERNO – A MALFADADA REFORMA TRABALHISTA – QUE REMONTA À ÉPOCA DA DITATURA MILITAR, QUANDO A POPULAÇÃO E TRABALHADORES FORAM SUBJUGADOS À INSANIDADE CAPITALISTA DA ELITE E GRANDES GRUPOS CORPORATIVOS E QUE AGORA SE UNIRAM COM TODAS AS FORÇAS PARA NOS OPRIMIR E ESCRAVIZAR COM O INTUITO DE RETOMAR OS PADRÕES EXCLUDENTES QUE QUEM DERA NUNCA MAIS VOLTASSE.

POR ISSO PRECISAMOS NOS UNIR SEMPRE, AGORA MAIS DO QUE NUNCA, SERMOS GIGANTES PARA FAZER FRENTE A ESSE FASCISMO QUE ESTÁ CRESCENDO CADA VEZ MAIS SOB A BATUTA ASTUTA DE HOMENS VESTIDOS COM SUAS TÚNICAS DA HIPOCRISIA, LEGISLANDO A FAVOR DE INTERESSES ESCUSOS E PARA UMA MINORIA” (NOTA DIVULGADA PELO SINBIESP EM SEU SITE).

Para Vera Stefanov, presidenta do SINBIESP o país está passando por um momento muito crítico em que a dita reforma trabalhista vai prejudicar todos os trabalhadores, inclusive os bibliotecários, e ainda não estamos prontos para receber estas alterações. “Para a biblioteconomia se torna ainda mais grave. Além de extinguir os concursos públicos, as bibliotecas públicas tendem a serem sucateadas. A extinção da contribuição sindical, que ainda baixa, justamente pelos desvios para outros sindicatos, mas ajudava a manter a convenção coletiva de trabalho. O piso salarial e as garantias do posto de bibliotecários em vários ramos de atividade. O bibliotecário tem um papel fundamental nesta greve. Deve parar e participar ativamente”, ressaltou Stefanov.

Ainda em São Paulo, a Frente em Defesa das Bibliotecas se integrará à Frente Única da Cultura com concentração marcada para as 16h no Largo da Batata. “Não é só pelo descongelamento [das verbas da cultura]; contra o desmonte da cultura; contra a privatização; pelo plano municipal de cultura; pelo conselho municipal de cultura; 3% para a cultura, metade para a periferia”, diz o informe da convocação.

Os estudantes do curso de Biblioteconomia da Universidade Federal do Ceará e o Centro Acadêmico Ramiz Galvão resolveram em assembleia estudantil a participação conjunta na greve geral de amanhã. De acordo com Manoel Messias Soares, estudante do sétimo semestre do curso de Biblioteconomia da UFC, a participação de bibliotecários, estudantes, movimentos estudantis e órgãos de representatividade da área é de suma importância nesta mobilização. “Sou a favor da Greve Geral, pois tanto a Reforma Previdenciária como a Reforma Trabalhista interessa apenas aos empresários e ao governo ilegítimo e não aos trabalhadores. Estarei em luta amanhã em protesto contra essas reformas e convoco todos os estudantes e professores de Biblioteconomia, bibliotecários e membros dos Centros e Diretório Acadêmicos dos cursos de Biblioteconomia como também das associações, conselhos e sindicatos de classe estarem também presente na luta”, destacou Manoel Messias.

REFORMA TRABALHISTA PASSA NA CÂMARA

Apesar das mobilizações sociais e dos apelos populares, a Câmara aprovou na noite de ontem a reforma trabalhista e texto agora segue para o Senado Federal. O projeto recebeu ao todo um total de 296 votos favoráveis e 177 contrários, apesar do clamor popular e das críticas as medidas adotas, os deputados aceitaram apenas uma proposta de alteração de um dos pontos do texto e rejeitaram outras 16.

Câmara aprovou texto da reforma trabalhista. Foto: Divulgação

Para garantir mais votos o presidente Michel Temer exonerou alguns ministros que tem mandato de deputados na Câmara para que votassem a favor da reforma. Entre os ministros que participaram da votação estavam Ronaldo Nogueira, do Tabalho e Mendonça Filho, da Educação.

A aprovação do texto tende a aumentar a adesão a Greve Geral convocada para amanhã. Diversos setores trabalhistas, centrais sindicais e movimentos sociais já confirmaram apoio as manifestações e se colocaram contrários a aprovação do texto na Câmara dos Deputados.

Fonte: Biblioo

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