Autoridade Palestina ressalta impasses na negociação com Israel

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Ministra da Justiça israelense, Tzipi Livni, secretário de Estado norte-americano John Kerry, e o chefe da equipe palestina para as negociações Saeb Erekat, anunciam a retomada das negociações no fim de julho, no Departamento de Estado dos EUA.

Por Moara Crivelente.*

Em meio à estagnação das negociações entre Israel, a Autoridade Palestina (AP) e os Estados Unidos, os diários palestinos de quarta-feira (12) focaram nas declarações do porta-voz da AP, Nabil Abu Rudeineh sobre um eventual acordo de paz. Para as autoridades palestinas, ele deve garantir a porção oriental de Jerusalém como capital do Estado da Palestina, mas não incluirá o reconhecimento de Israel como Estado judeu, como vem exigindo o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

Netanyahu é o primeiro empenhado em exigir dos palestinos que reconheçam Israel como Estado judeu, o que levanta não apenas mais acusações de racismo, como também preocupações sobre o futuro dos cidadãos não judeus, já em desvantagem no país, de acordo até mesmo com organizações e ativistas israelenses na defesa dos direitos humanos.

O jornal palestino Al-Ayyam ressaltou a insistência do governo palestino na resolução do conflito com Israel com base nas resoluções da Organização das Nações Unidas, emitidas desde 1946, na Iniciativa Árabe de Paz e na solução de dois Estados aceita consensualmente pela sociedade internacional. Neste sentido, Israel deve retirar-se dos territórios que ocupou a partir da Guerra dos Seis Dias, ou Guerra de Junho, de 1967.

Por outro lado, o governo israelense, em coordenação com a ambição estadunidense de um “plano securitário”, defende a manutenção das grandes colônias judias em territórios palestinos (algumas inclusive com o estatuto de cidades) sob a soberania de Israel. Entretanto, Abu Rudeineh teria dito, de acordo com o jornal Al-Hayat al-Jadida, que as propostas do secretário de Estado dos EUA John Kerry não deveria ultrapassar as “linhas vermelhas” dos palestinos.

Por isso, segundo o diário Al-Quds, as principais desavenças nas negociações são justamente o estatuto de Jerusalém (que Israel afirma ser a sua capital “unificada e indivisível”), as questões securitárias (com a proposta de manutenção de tropas israelenses nos territórios palestinos) e as fronteiras, uma vez que a expansão da ocupação, com a construção ininterrupta de colônias, tem fragmentado e reduzido consideravelmente e configuração internacionalmente reconhecida para o Estado da Palestina.

De acordo com os diários, Kerry planeja incluir o reconhecimento de Israel como Estado judeu como um requisito para um acordo de paz definitivo. Esta teria sido uma reserva colocada por Netanyahu ao chanceler estadunidense quando leu a proposta de um quadro de acordo.

Palestina

Ainda assim, o representante da União Europeia para Israel, Lars Faaborg foi novamente citado enfatizando que os laços entre o bloco e o país dependem do resultado das conversações diplomáticas, retomadas em julho do ano passado, mas que ainda não avançaram.

A consciência global sobre a responsabilização de Israel pela ocupação crescente dos territórios palestinos e a consequente inviabilidade de um acordo definitivo tem se expandido, e diversos observadores alertam para o isolamento crescente do governo israelense no âmbito internacional.

Ainda assim, o apoio incondicional dos Estados Unidos e a urgência de um acordo para garantir a possibilidade de um Estado palestino são usados pelo governo israelense como cartas de vantagem, no prolongamento das negociações e na afirmação de exigências descabidas como a de reconhecimento de Israel como Estado judeu.

Com informações da agência palestina de notícias Wafa,

*Da redação do Vermelho

Fotos: NBC News

Fonte: Vermelho

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